Metodologia do Proarte pretende redescobrir artesãos que vivem nos rincões do Rio Grande do Norte.

A Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas), com a flexibilização e seguindo os protocolos sanitários no combate à covid-19, reestabeleceu as viagens técnicas pelo interior do Rio Grande do Norte para redescobrir artesãos e artesãs do “RN profundo”, destaca a subcoordenadora do Programa Estadual do Artesanato (Proarte), Graça Leal.

Em razão do período mais crítico da pandemia da covid-19, o Proarte teve uma interrupção nas suas ações presenciais no interior. Agora, os técnicos do Programa retornaram às visitas aos municípios, principalmente, aos mais distantes da capital.

“Para este Governo, longe é um lugar que não existe”, afirma a subcoordenadora do Proarte. Segundo ela, as visitas presenciais são uma oportunidade de trazer à luz do conhecimento, centenas de grandes artesãos e artesãs que ainda estão na invisibilidade.

Graça Leal define os lugares mais distantes da capital como o “RN profundo” e as viagens do Proarte proporcionam momentos “absolutamente preciosos” para o artesanato do Estado.

Sobre as viagens às região do Estado como o Seridó potiguar, ela diz: “Nos deparamos com uma beleza vinda do mundo inteiro. Pelo Seridó passaram diferentes povos: judeus, franceses, espanhóis, portugueses, austríacos e muito outros”.

O artesanato no Seridó é uma regressão histórica, define Graça Leal, apontando que as terras do RN e do Brasil eram habitadas por índios. Ela assinala que houve momentos na história em que outros povos vieram para o RN, principalmente, pelo fato de o Estado, geograficamente, se posicionar na esquina do continente.

“Isso facilitou a chegada desses povos que deixaram de herança o que tinham de melhor com relação ao artesanato, como os bordados, os trabalhos de fios e linhas, e de madeiras. Temos grandes escultores em ferro, ferreiros que até hoje produzem facas, adagas e outras peças”.

Ateliês
Nas andanças do ProArte pelo interior, a Sethas adotou como metodologia, formulação da maneira de trabalhar, chegar junto de artesãos e artesãs e conversar com eles e elas, respeitando a forma da produção artesanal. “Há uma necessidade de tempo de escuta afetuosa e afetiva sobre a referência que cada um, cada uma, tem de compreensão de suas histórias com o artesanato”, propõe Graça Leal.

As visitas aos ateliês e associações de artesãos são momentos ricos para o Proarte, frisa a subcoordenadora. Momentos em que as pessoas contam como aprenderam seu ofício. “Muitas (pessoas) dizem que aprenderam sozinhas mas na verdade ninguém aprende sozinho. Sempre se aprende com alguém que ele/ela viu trabalhar: um avô, avó, um pai, uma mãe ou alguém distante, com quem se aprendeu olhando, pelo olhar”.

Com a escuta, explica Graça Leal, o Proarte entende que há varias formas de aprendizado. Depois da conversa com as pessoas, ver a produção delas e em que condições produz, o Proarte convida-as a participarem de duas palestras: uma sobre a Base Conceitual do Artesanato Brasileiro, e outra sobre Economia Criativa.

“Buscamos sempre mostrar que a Economia é Criativa quando é de impacto social, senão, é uma economia igual a outra. Aí, começamos a inserir mecanismos que eles podem acessar para colocar o seu produto no mercado. Não só no RN mas no Brasil e no mundo”, finaliza Graça Leal.

Fonte: Governo do RN/SETHAS