Controlador-Geral do Estado afirma que recursos repassados servem apenas para despesas administrativas.

“O governo nunca repassou dinheiro ao Consórcio Nordeste a título de taxa ordinária. Apesar de reconhecermos a sua importância para a promoção conjunta de políticas públicas e geração de economias decorrentes de compras em alta escala”. Essa foi a declaração do controlador-geral do Rio Grande do Norte, Pedro Lopes.

Agora RN – Porque a governadora Fátima Bezerra insiste em continuar no Consórcio Nordeste?

Pedro Lopes – Os pequenos e médios supermercados aqui no Rio Grande do Norte, por exemplo, se juntam em redes para comprar coletivamente e assim obter preços que os possibilitam concorrer com as grandes empresas nacionais. Temos no país, além do Consórcio Nordeste, o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), que abrange os estados das regiões Sul e Sudeste; temos o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central, o BrC, que abrange estados das regiões Norte e Centro-Oeste. Os municípios também se organizam em consórcios e são registrados mais de 200 no país. Se encontrarmos algum problema na gestão do Consórcio Nordeste devemos enfrentar, corrigir, exigir responsabilidades para os infratores, mas nunca abandonar a ideia porque quem perderá ao final será a sociedade.

Agora RN – Esse valor de 1 milhão que seria repassado ao Consórcio Nordeste, que o senhor mencionou que está suspenso é referente a que?

Pedro Lopes – São valores pagos para cobrir as despesas administrativas da organização, inclusive pagamento de funcionários do Consórcio.

Agora RN – E como são feitos esses repasses ou como eram feitos anteriormente?

Pedro Lopes – O governo nunca repassou dinheiro ao Consórcio Nordeste a título de taxa ordinária. Apesar de reconhecermos a sua importância para a promoção conjunta de políticas públicas e geração de economias decorrentes de compras em alta escala, não é nossa prioridade no momento fazer os aportes.

Agora RN – Qual é a previsão para voltar a ser feito repasse?

Pedro Lopes – Todos sabem que recebemos a gestão com quatro folhas em aberto e débitos milionários com fornecedores e enquanto não cumprirmos esses compromissos e manter a regularidade com os atuais fornecedores, nada será repassado ao Consórcio.

Agora RN – Na sua avaliação, o senhor acha justo o RN pagar R$ 1 milhão de reais por ano para permanecer no Consórcio?

Pedro Lopes – O valor justo é aquele necessário para cobrir as despesas de funcionamento e os projetos a serem implementados pela organização, de acordo com planejamento dos integrantes. O valor do meu condomínio, por exemplo, é determinado pelos serviços que os moradores desejarem usufruir, logo o conceito de valor justo é relativo. A definição da participação financeira de cada estado no Consórcio Nordeste teve como parâmetro a programação de desembolso para a organização, como base nas ações a serem adotadas.

Fonte: Agora RN