Mais uma vez, o Rio Grande do Norte fechou o mês com saldo positivo de empregos com 3.893 contratações no mês de outubro. Este é o saldo entre admissões (14.793) e desligamentos (10.584), segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Foi o 9º saldo positivo do ano (em abril o saldo ficou negativo), mas, ainda assim, o número está abaixo dos dois últimos meses, representado uma queda de 38% em relação a setembro (6.280) e de 7,5% na comparação somente com outubro de 2020 quando se gerou 4.209 vagas.

No acumulado do ano, o resultado anima com 30.700 admissões a mais que os desligamentos. No mesmo período de 2020, o saldo foi de 5.327 desligamentos a mais do que contratações. Neste sentido, representantes dos setores produtivos garantem que o resultado é animador e dizem que a oscilação entre os meses, mantendo o saldo positivo, é normal.

Desde junho passado, o resultado de outubro só ficou acima do mês de julho, que teve um saldo de 3.789 empregos. Em comparação com os outros estados nordestinos, o Rio Grande do Norte, que foi o quinto com melhor resultado em setembro, perdeu espaço junto com Alagoas, estando agora em sexto lugar, uma vez que o Maranhão e Paraíba conseguiram resultado melhor do que no mês anterior.

Apesar deste cenário, o assessor técnico de Economia e Pesquisa da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Pedro Albuquerque, ressalta que o estado tem gerado mais vagas do que fechado, apontando para uma retomada das atividades econômicas. “O que acontece é que todos os números são positivos, tem momentos que acelera e tem momentos que desacelera, mas sempre com saldos positivos. Tem a ver também com a retomada de alguns setores que dá velocidade em determinados momentos e se estabilizar. Não tem como só crescer superando o ano anterior, mas sim, manter uma estabilidade. Não vemos como preocupante porque vemos uma oscilação que retorna ao equilíbrio positivo”, explicou.

A indústria, por exemplo, gerou em maio passado um saldo de 500 vagas, chegando a 1.462 em julho, e ao ápice em agosto com 2.581 vagas. Desde então vem reduzindo até as 541no último Caged. “Até outubro, 454 mil trabalhadores foram alcançados no setor, enquanto o ano passado encerrou com 424 mil. A indústria tem crescido porque todo mês tem dado saldos positivos, às vezes mais, às vezes menos na confecção e têxtil, petróleo e gás, indústria de alimentos, extração de elementos não metálicos, e construção civil, o que mostra que os principais segmentos estão em retomada”, analisa Pedro Albuquerque.

Os números da construção civil, que vem em ritmo de retomada e fechou com saldo de 636 vagas, também estão sendo vistos com entusiamo, mesmo que no mês anterior o número tenha sido maior (1.043). A Diretora Executiva do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Norte (Sinduscon/RN), Ana Adalgisa Dias, diz que não há retração porque o setor continua contratando mais do que demitindo.

“O saldo de 2021 já é maior do que o de 2020. É uma recuperação dos empregos e crescimento do setor. Essa oscilação é normal. Ás vezes o início de uma obra eleva o número em determinado mês e depois estabiliza. Preocupante seria se o saldo fosse negativo e permanecesse assim. Olhando como um todo, o resultado é positivo”, disse ela. Em 2020, a construção civil teve um saldo de 1.376, enquanto que, nos dez primeiros meses de 2021 o número chega a um saldo de 3.525 vagas.

Serviços e Comércio criam mais vagas
Os setores de Serviços e Comércio continuam sendo os que mais empregam no Rio Grande do Norte. Na área de Serviços, o saldo foi de 1.684 vagas, especialmente no segmento de alojamento e alimentação, que é a mesma tendência registrada em nível nacional, o que representa a retomada de um dos setores mais afetados pela pandemia da covid-19. Já o Comércio, apresentou um saldo de 661 vagas, superando os setores da Agropecuária (371), Indústria (541) e Construção (636), que em setembro se saíram melhores.

Em todo o País, foram criados 253.083 postos de trabalho em outubro. No acumulado desde janeiro, o saldo é de mais de 2,6 milhões de novas vagas de empregos. No total, 26 Unidades da Federação registraram saldo positivo, com destaque para a região Sudeste. Os estados que mais abriram postos de trabalho foram São Paulo (76.952 postos), Minas Gerais (21.327) e Rio de Janeiro (19.703)

Assim como no Rio Grande do Norte, o setor de Serviços foi o grande destaque do mês, com a geração de mais de 144.641 mil novos postos de trabalho formais, distribuídos principalmente nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (71.258). Destaque também para alojamento e alimentação (32.861), administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (14.338).

O segundo maior crescimento do emprego formal ocorreu no setor de comércio, com saldo de 70.355 mil novos postos de trabalho formais. A indústria teve um saldo no mês de outubro de 26.697 mil novas vagas formais de trabalho em todo o Brasil e a construção apresentou 17.236 novas vagas de emprego.

Panorama
Situação da geração de vagas no Rio Grande do Norte
Saldos de vagas por mês
Junho: 4.628
Julho: 3.789
Agosto: 7.062
Setembro: 6.280
Outubro: 3.893

Outubro/2020
Admissões: 14.793
Desligamentos: 10.584
Saldo: 4.209

Outubro/2021
Admissões 15.967
Desligamentos: 12.074
Saldo: 3.893

Saldo por setores:
Outubro/2021
Serviços: 1.684
Comércio: 661
Construção: 636
Industria: 541
Agropecuária: 371

Acumulado:
2020 (até outubro)
Admissões: 114.375
Desligamentos: 119.702
Saldo: -5.327

2021(até outubro)
Admissões: 160.277
Desligamentos: 129.577
Saldo: 30.700

Cidades com maiores saldos:
Natal: 1.317
Mossoró: 1.087
Parnamirim: 132
Macaíba: 120
Tibau do Sul: 108
Goianinha: 103

Cidades com saldos mais negativos:
Caiçara do Rio do Vento: -37
São Bento do Norte: -40
Riachuelo: -43
Baraúna: -48
Pedra Grande: -104

Ranking Nordeste:
Bahia: 12.462
Pernambuco: 11.152
Ceará: 7.576
Maranhão: 4.979
Paraíba: 4.283
Rio Grande do Norte: 3.893
Alagoas: 3.444
Sergipe: 2.270
Piauí: 1.396

Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Marcello Casal/Agência Brasil