Vice-governador afirmou já ter sido aliado político de Carlos Eduardo e que pode existir a possibilidade do ex-prefeito de Natal voltar a integrar o “arco” das forças progressistas do Estado.

“A expectativa do PCdoB é de que Carlos Eduardo retorne as relações políticas dele com o bloco progressistas do RN. Por isso, ele me visitou. Nós apoiamos Carlos todas as vezes que ele foi candidato a prefeito em Natal. Apoiamos quando ele disputou o governo do Estado. É um amigo nosso. Se ele veio conversar comigo e tem a possibilidade de não ser candidato a governador, o diálogo dele dentro do campo progressistas é muito bem-vindo”, declarou o vice-governador Antenor Roberto (PCdoB), após visita do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT), nesta quarta-feira 8, em seu gabinete.

Em entrevista exclusiva ao jornal AGORA RN, nesta quinta-feira 9, o vice-governador afirmou que já foi aliado político de Carlos Eduardo e que poderá existir a possibilidade do ex-prefeito de Natal voltar a integrar o “arco” das forças progressistas do Estado. Dessa forma, o encontro em torno dos políticos é de que existe chances de um convite para que Carlos Eduardo se filie ao PCdoB.

O pedetista está percorrendo o Estado e conversando com lideranças políticas, na intenção de concorrer a algum cargo eletivo nas eleições de 2022, porém o martelo ainda não foi batido. Por ora, ele se apresenta como candidato ao governo, mas sempre afirma que existe a possibilidade de ser candidato ao Senado Federal.

“É normal que eu, como político e vice-governador do Estado, receba visita de outros políticos. Mas na minha opinião, quem é bom para disputar o Estado é Fátima Bezerra. A minha conversa com Carlos Eduardo foi mais política. Se Carlos Eduardo for candidato ao Senado e, não ao governo do Estado, é claro que poderá haver o diálogo”, sinalizou Antenor.

Para o vice-governador do Estado, “Carlos Eduardo tem mais uma alternativa. Agora, se Carlos fosse ser candidato a governador, claro que, até por elegância, não viria pedir o meu apoio, até porque, eu sou o vice de Fátima Bezerra. Essas conversas e trocas de ideias é para ver outras possibilidades, daqui há alguns meses, quando o cenário ficar mais claro, filiações confirmadas e janelas estabelecidas. Acho que só aí é que a poderemos ter um desenho da sucessão de (Fátima Bezerra)”, enfatizou.

Antenor disse que ele e Carlos Eduardo trocaram ideias sobre a conjuntura da política nacional e estadual. “Conversamos ainda sobre as federações que estão em curso, inclusive a questão do PDT, que sempre foi um aliado nosso. Mas, a minha articulação política é em torno do projeto do PCdoB que visa a reeleição de Fátima. Isso é uma resolução do nosso partido”, afirmou.

Para Antenor Roberto, “a visita foi um gesto muito importante, porque o PDT é um partido que no plano nacional, a gente conta com uma aliança”, comemorou.

Segundo o ex-governador Antenor Roberto, “a partir de janeiro do ano que vem, nós temos seis meses para formar as federações. Para o PCdoB, essa questão das federações é muito importante e lá para o mês de abril, nós teremos as janelas dos políticos que vão mudar de partido, então inclusive hoje se você for olhar a pauta da política nacional, existem várias especulações no Brasil inteiro, então não adianta a gente ficar dizendo ‘vai acontecer isso, vai acontecer aquilo’, porque não vai acontecer antes das regras estarem todas sedimentadas (estabelecidas). Tem candidato que ainda vai mudar de partido por causa da janela, se essas federações acontecerem qual será o efeito de verticalização que elas terão nos Estados. Isso é uma coisa absolutamente normal”, explicou.
Aliança PT e MDB no RN

O vice-governador Antenor Roberto falou sobre a conjuntura política nacional, mas descartou a possibilidade de uma aliança entre MDB e PT no Rio Grande do Norte, possibilidade levantada desde a visita do ex-presidente Lula ao Estado, em agosto deste ano, e também sobre os rumores de que Walter Alves (MDB) estaria no projeto de reeleição da governadora.

“Não existe, em nenhum lugar do Brasil, nenhuma aliança feita. Lula fez uma visita ao MDB local. Ele está aceitando agora até atrair Geraldo Alckmin para ser o vice na chapa presidencial, mas Alckmin ainda está filiado ao PSDB. Só quando ele se desfiliar. Então quem quiser fazer adivinhações agora em política, não dará certo”, destacou.

Questionado sobre uma possível chapa majoritária composta por Fátima Bezerra governadora, Walter Alves vice-governador e Carlos Eduardo senador, Antenor respondeu, “sinceramente, eu não vou responder essa pergunta. Qual é o sentido que, uma pessoa que é vice-governador, responder uma pergunta dessas? Não tem sentido. Eu não estou dizendo que não existe a possibilidade da (formação da chapa Fátima governadora, Walter Alves vice e Carlos Eduardo senador), eu estou dizendo é que, a questão do MDB é uma especulação surgida a partir de uma visita do Lula”, ponderou.

Ele ainda questionou, “como é que você vai colocar as pessoas na chapa sem elas estarem aceitando o formato de união? Primeiro, tem que ter a união de partidos, depois que for feita a coligação e que vem a composição dos cargos, não adianta eu colocar a os cargos na frente dos partidos. Cada partido, tem que ter sua autorização para fazer coligação. Então o que eu quero dizer é que nesse momento, o que existe são diálogos”, esclareceu.

Fonte: Agora RN

Foto: José Aldenir