A contratação do atacante Daniel Porozo causou uma série de debates entre os torcedores abecedista nas redes sociais, muitos duvidavam da “qualidade” do jogador que vem de um clube que disputava uma divisão de acesso no Equador. O último estrangeiro que passou pelo clube, Boris Sagredo, que teve passagem inclusive pela seleção chilena, não deixou saudades e vem daí o motivo da desconfiança.

Mas Porozo não é a primeira contratação que o Alvinegro realiza dentro de divisões inferiores, em meados da década de 90 o clube já apelou para uma situação idêntica e acabou sendo uma experiência bem sucedida, na época em que Leonardo Arruda estava a frente do futebol do clube e contratou um trio baiano que havia revertido a condição de atleta profissional para amador: Ranilson, Zelito e Emerson.

Leonardo relembra esse momento da história do futebol abecedista, naquela época realizado de uma forma bem mais “artesanal” que hoje.

“Ranilson. Ele “estava amador” circunstancialmente, como também Émerson, Lateral e Zelito, volante. Os três se destacaram no Campeonato Metropolitano, uma espécie de Matutão organizado na Bahia. Ranilson estava jogando pelo Santo Amaro da Purificação; Emerson pelo Porções e Zelito defendia o Feira de Santana. Eles reverteram a categoria para amadores, com a finalidade de serem liberados para participar da competição”, explicou.

Essa questão resultou num trabalho extra para o supervisor Cleber Romualdo, que de acordo com Leonardo Arruda teve de reverter as condições dos jogadores para que os mesmos pudessem atuar pelo ABC.

“Quando acertamos suas contratações, tivemos que profissionalizá-los novamente. Ranilson e Zelito haviam surgido no Vitória e Émerson, no EC Bahia.

Eles não foram contratados junto a nenhum clube, via empresário”, ressalta o ex-presidente do Alvinegro. “Um amigo, abecedista, o Hélio Guedes, daqui de Natal, que tinha uma farmácia na Bahia, ligou para mim sugerindo esses três nomes, que acabaram emplacando com a camisa do ABC. Foram bem e campeões”, ressaltou.

Depois do empurrão na carreira que tiveram vestindo a camisa alvinegra, Leonardo Arruda disse que Zelito acertou a transferência para o Náutico, Ranilson, artilheiro do estadual com 23 gols, acabou acertando com o próprio América, enquanto Émerson, voltou para o Bahia e de lá foi para o Peru, com Casa Grande para o Projeto do Sócrates. Depois regressou para o Brasil e foi com Casa Grande para o Paulista de Jundiaí.

Fonte: Tribuna do Norte
Foto: ABC