Governadora diz que assunto está sendo tratado por PGE e que ação partiu de uma minoria bolsonarista dentro da ALRN, para afetá-la politicamente.

“Meu sentimento é de indignação”, desabafou a governadora Fátima Bezerra (PT), sobre o fato do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, deputado estadual Kelps Lima (SDD), ter pedido seu indiciamento por improbidade administrativa nos contratos durante a pandemia. Para ela, não há elementos que sustentam, do ponto de vista jurídico, a petição, que inclui ainda o secretário estadual de Saúde, Cipriano Maia.

Fátima Bezerra declarou que está tranquila e que sua vida é um livro aberto. “Essa medida (de indiciamento) tomada por esses deputados de Oposição, que estão fazendo apenas um jogo político dos interesses bolsonaristas no Rio Grande do Norte, é meramente uma medida de cunho eleitoral”, frisou.

A governadora afirmou que, “confiança, honradez e credibilidade não se compram em prateleira de supermercado. Esses atributos se constroem, se conquistam. E foi isso que eu conquistei junto ao povo do Rio Grande do Norte”, enfatizou.

Segundo Fátima, o relatório do deputado estadual Francisco do PT, relator da CPI da Covid, não sugeriu indiciamentos de servidores públicos porque não existem provas ou indícios de que houve esquema de corrupção. “Esse pedido partiu de uma minoria bolsonarista, foram três parlamentares no âmbito do poder Legislativo”, disse, durante entrevista à Rádio 95 FM de Caicó, nesta segunda-feira 20.

A governadora do Estado explicou que o assunto está sendo tratado pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE-RN), porque o relatório do deputado Francisco foi verdadeiro, “não porque ele seja do PT, mas sim, porque trouxe o reconhecimento cabal da decência e lisura dos profissionais da saúde do Rio Grande do Norte”, afirmou.

“Relatório paralelo força a barra”, diz Control
“A única ‘prova’ dos deputados da oposição é o ‘achismo’ e, por isso, a governadora deve ser indiciada. Ainda bem que não vivemos num país autoritário. Em um Estado democrático de direito, a acusação com esse argumento vai direto para o arquivo. Fosse uma prova de faculdade, a nota seria zero”, avaliou o controlador-geral do Estado, Pedro Lopes, ao afirmar que o relatório paralelo da CPI evidencia com nitidez o seu caráter “político”.

Segundo Lopes, “ao não imputar crime aos agentes públicos e políticos do governo do RN, a CPI confirma que não houve corrupção nos contratos firmados pela Sesap para o enfrentamento da Covid-19”.

E destacou, “essa, na verdade, foi a grande frustração dos deputados da oposição. Ao abrirem a CPI, certamente, a expectativa era encontrar casos de desvios de recursos públicos, corrupção, escândalos que deterioraram a imagem do governo. Mas, desde o primeiro dia, afirmamos que nada seria encontrado porque nada havia (de irregular)”, pontuou.

Dos 12 processos investigados pela CPI, nenhum implicou no descumprimento da ordem constitucional, legal e econômica. “Os deputados da Oposição, no relatório paralelo, envolveram a governadora Fátima Bezerra porque ‘acham’ que ela determinou ao secretário Cipriano praticar a irregularidade de, na visão deles, adiantar os recursos para comprar os respiradores”, afirmou.

Segundo Pedro Lopes, “o relatório paralelo força a barra com seus pedidos de indiciamento. Por isso afirmamos o seu caráter politiqueiro. Contudo, ao tempo que afasta qualquer imputação de crimes, confirma a lisura dos agentes públicos e políticos do governo do RN”, finalizou.

Fonte: Agora RN
Foto: José Aldenir