É a menor taxa de desemprego desde o trimestre encerrado em janeiro de 2020, quando ficou em 11,4%.

A taxa de desemprego no Brasil recuou para11,6% no trimestre encerrado em novembro, mas a falta de trabalho ainda atinge 12,4 milhões de brasileiros, informou nesta sexta-feira (28) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da menor taxa de desemprego desde o trimestre encerrado em janeiro de 2020 (11,4%).

Apesar da queda do desemprego, o rendimento real habitual caiu 4,5% frente ao trimestre anterior, para R$ 2.444 – o menor rendimento da série histórica iniciada em 2012.

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Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em outubro, a taxa de desemprego estava em 12,1%, atingindo 12,9 milhões de pessoas.

Principais destaques da pesquisa:

  • Taxa de desemprego recuou para 11,6%;
  • Número de desempregados caiu para 12,4 milhões;
  • Rendimento médio real habitual caiu 4,5%, para R$ 2.444, menor taxa da série do IBGE;
  • População ocupada cresceu para 94,9 milhões de pessoas;
  • Percentual de desalentados recuou para 4,4%;
  • Taxa de informalidade ficou estável em 4,6%;
  • Comércio puxou recuperação do trabalho no trimestre;
  • Proporcionalmente, emprego cresceu mais entre os sem carteira.

Ocupação mostra recuperação
A população ocupada cresceu 3,5% frente aos três meses anteriores, para 94,9 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo trimestre de 2020, a alta foi de 9,7%. Com o crescimento, o nível de ocupação chegou a 55,1%.

“Esse resultado acompanha a trajetória de recuperação da ocupação que podemos ver nos últimos trimestres da série histórica da pesquisa. Esse crescimento também já pode estar refletindo a sazonalidade dos meses do fim de ano, período em que as atividades relacionadas principalmente a comércio e serviços tendem a aumentar as contratações”, explica em nota a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Na outra ponta, a população desocupada diminuiu 10,6% (menos 1,5 milhão de pessoas) frente ao trimestre terminado em agosto, para 12,4 milhões de pessoas. Frente ao mesmo trimestre de 2020, são 2,1 milhões de desocupados a menos.

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Emprego cresce mais entre os sem carteira e informalidade fica estável
O recorte por posição na ocupação mostra a fragilidade da recuperação do emprego no país. O número de empregados sem carteira assinada no setor privado cresceu 7,4% na comparação com o trimestre anterior, para 12,2 milhões de pessoas. Já entre os com carteira, a alta foi proporcionalmente menor, de 4%, para 34,2 milhões – embora, em números absolutos, a expansão tenha sido maior.

Houve alta ainda de 2,3% entre os trabalhadores por conta própria, de 2,3% frente ao trimestre anterior,, para 25,8 milhões de pessoas, e entre os trabalhadores domésticos, de 6%, para 5,6 milhões.

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Com a variação, a taxa de informalidade ficou estável em 40,6%.

“Do crescimento de 3,2 milhões de trabalhadores no número de pessoas ocupadas, 43% vieram do trabalho informal”, explica Adriana Beringuy. “Então, embora a informalidade continue se destacando na expansão da ocupação, a participação do trabalho formal no setor privado vem aumentando e contribuindo também para a recuperação da ocupação no país”.

Rendimento tem menor valor da série
A massa de rendimento real habitual (a soma dos rendimentos recebidos por todos os ocupados) ficou estável no trimestre encerrado em novembro, em R$ 227 bilhões.

Com o aumento no número de ocupados, o dado aponta que os trabalhadores estão recebendo menos do que um trimestre antes. De fato, o rendimento real habitual caiu 4,5% frente ao trimestre anterior para R$ 2.444 – o menor da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Frente ao mesmo trimestre de 2020, a queda é de 11,4%.

“Isso significa que, apesar de haver um aumento expressivo na ocupação, as pessoas que estão sendo inseridas no mercado de trabalho ganham menos. Além disso, há o efeito inflacionário, que influencia na queda do rendimento real recebido pelos trabalhadores”, explica Adriana.

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Comércio puxou melhora do mercado de trabalho
Segundo o IBGE a maior parte da expansão da ocupação na comparação com o trimestre anterior veio do comércio, com aumento de 4,1%, ou 719 mil pessoas a mais trabalhando no setor.

Já a indústria teve crescimento de 3,7%, um acréscimo de 439 mil pessoas a esse grupamento de atividade. O segmento de alojamento e alimentação, um dos mais prejudicados desde o início da pandemia de Covid-19, teve seu contingente de trabalhadores aumentado em 9,3%. São 438 mil empregados a mais.

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Faltam oportunidades para 29,1 milhões
O levantamento do IBGE mostrou ainda que faltavam oportunidades no mercado para cerca de 29,1 milhões de trabalhadores. Este contingente forma o que o instituto classifica como trabalhadores subutilizados. Há 1 ano, porém, a mão de obra “desperdiçada” somava 32,7milhões.

A taxa composta de subutilização caiu para 25%, ante 27,2% no trimestre anterior e 29,1% no mesmo trimestre do ano passado.

Entre os destaques positivos, houve queda de 2% na população fora da força de trabalho na comparação com o último trimestre e redução de 6,7% no comparativo interanual. O total de pessoas que não estavam nem ocupadas nem desocupadas somaram 64,8 milhões de pessoas.

Houve queda também na população desalentada – aquela que por algum motivo desistiu de procurar trabalho. Esse grupo foi estimado pelo IBGE em 4,9 milhões de pessoas, uma queda de 6,8% frente ao trimestre anterior, e de 14,4% ante igual período de 2020.

Fonte: G1 Economia
Foto: Reconte aí