Sem as credenciais de mediador, que conferiram a líderes mundiais o direito de coreografar, nos últimos dias, um balé diplomático para convencer Vladimir Putin a não avançar sobre o território ucraniano, o presidente Jair Bolsonaro desembarca em Moscou no momento mais sombrio da crise entre Rússia e Ucrânia-Otan.

Seja no palco de uma guerra iminente, como prenuncia Joe Biden, ou apenas no de um espetáculo de pura histeria, como avalia Vladimir Putin, o presidente brasileiro corre sério risco de acabar deslocado e sem função, ofuscado pelas negociações para aliviar a tensão.

E mais: sua presença no Kremlin, em visita de Estado, pode simbolizar o apoio do Brasil a um dos lados do conflito e irritar tradicionais aliados: desde janeiro o país ocupa, como membro rotativo, um assento no Conselho de Segurança da ONU, além de ter o status de aliado militar fora da Otan.

Fonte: G1

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