O presidente da RússiaVladimir Putin, ordenou no dia 23 de fevereiro a invasão da Ucrânia por tropas russas. O que a princípio seria uma ação restrita ao leste do país, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, na verdade se mostrou como uma rápida e intensa ofensiva que chegou à capital Kiev em menos de 48 horas.

ENTENDA: Gasoduto na região de conflito

As regiões de Luhansk e Donetsk têm zonas controlada pelos separatistas apoiados por Moscou e outras ainda em mãos do governo ucraniano. A linha que separa essas áreas é cenário de confrontos há anos.

Na terça-feira (22), países ocidentais anunciaram diversas sanções contra os russos. O chanceler alemão, Olaf Scholz, por exemplo, anunciou a suspensão da autorização para o gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha.

O Nord Stream 2 mede 1.230 quilômetros. Ele passa sob o Mar Báltico e tem capacidade de 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano. Segue o mesmo percurso que o Nord Stream 1, que funciona desde 2012.

A gigante estatal de gás Gazprom conta com o Nord Stream 2 para fornecer gás natural acessível à Europa, complementando os gasodutos mais antigos que passam por Belarus e Ucrânia.

O sistema envelhecido que passa pela Ucrânia , segundo a Gazprom, precisa de reformas. O Nord Stream 2 também reduziria custos economizando taxas de trânsito pagas à Ucrânia .

A Europa é um mercado chave para a Gazprom, cujas vendas reforçam o orçamento do governo russo.

Poderio militar russo

Rússia mobilizou mais de 100 mil soldados na região a fronteira com a Ucrânia para a realização de exercícios militares nas últimas semanas.

Moscou vinha negando qualquer interesse de invadir a Ucrânia. O país, no entanto, está praticamente cercado pelo poderio militar russo.

OTAN

Para tornar a situação ainda mais tensa, a Ucrânia está posicionada justamente entre a Rússia e seus aliados e diversos membros da Otan, a aliança que os russos querem evitar que os ucranianos passem a integrar.

Rússia e Ucrânia têm relações ruins desde a chegada ao poder em Kiev, em 2014, dos setores pró-Ocidente, após a revolta da praça Maidan, que foi seguida pela anexação da península ucraniana da Crimeia pelos russos e o conflito com os separatistas no leste, na região conhecida como Donbass, onde ficam Donetsk e Luhansk.

ACORDO DE PAZ

Os acordos de paz de Minsk, assinados em fevereiro de 2015, tornaram possível reduzir significativamente os confrontos, mas eles continuam desde então, ainda que em ritmo reduzido.

Os acordos preveem a reunificação de ambas as regiões com a Ucrânia, mas com Kiev concedendo ampla autonomia às duas regiões.

O leste ucraniano não é a única porta de entrada. Veja outras frentes de ação militar:

Belarus, país aliado da Rússia, também faz fronteira com o norte da Ucrânia – e a uma distância relativamente próxima à capital ucraniana Kiev.

Batalhões de soldados, jatos e sistemas antimísseis russos estão em Belarus para a realização de exercícios militares na fronteira ucraniana.

Além disso, existem ações próximas às fronteiras com a Polônia e a Lituânia, países integrantes da aliança militar do Ocidente, a Otan.

No oeste da Ucrânia fica a Transdnístria, uma região autônoma da Moldávia que pode causar problemas.

O território está alinhado com a Rússia e tem cerca de 1.500 soldados russos dentro de sua área de controle.

Em um referendo de 2006, a região reiterou sua vontade de se separar e também apoiou uma eventual anexação à Rússia – quase metade da população da região é de etnia russa.

Mapa da Crimeia

Já no sul da Ucrânia fica a península da Crimeia que foi invadida e anexada pelos Russos em 2014.

A região estratégica que garante acesso da Rússia ao Mar Negro. Por lá, a Rússia realizou exercícios militares com cerca de 30 navios de guerra.

Fonte: g1

 Foto: Arte g1