O Partido dos Trabalhadores (PT) criou núcleos de evangélicos em mais de 20 Estados para tentar recuperar os votos que perdeu entre 2016 e 2018. O próximo passo é a criação de comitês que unam líderes neopentecostais — vertente do cristianismo — aos demais partidos de esquerda, como o PSB.

Conforme noticiou o jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira (7), Gilberto Carvalho, ex-chefe da Secretaria-Geral da Presidência e homem de confiança do ex-presidente Lula, é quem está comandando as articulações. O objetivo do núcleo: adaptar a comunicação das campanhas ao protestantismo.

Benedita da Silva (PT-RJ), deputada e coordenadora do Núcleo de Evangélicos do PT (NEPT), afirma que a federação formada por PT e PSB busca reverter a ideia de que evangélicos são antiesquerda. “No governo Lula, os evangélicos melhoraram de vida, e os dízimos das nossas igrejas aumentaram”, disse.

Com a reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, e em meio às denúncias de corrupção da Lava Jato contra o PT, pastores que se opõem à legenda começaram a se manifestar contra o partido. Um dos principais pontos levantados por eles foi a agenda de costumes, que associa o PT ao aborto, à liberação de drogas e à “ideologia de gênero”.

O partido se aproxima de evangélicos que não são filiados ao partido, como o pastor Paulo Schallenberger. Em dezembro de 2021, o pastor se encontrou com Lula, em uma reunião que durou mais de duas horas, em São Paulo.

Segundo Benedita, Schallenberger é quem procurou o PT. O pastor apresentou diversas propostas para aproximar Lula dos evangélicos.

Schallenberger já tentou se candidatar pelo Podemos, mas não se elegeu. Agora, o pastor atua nos bastidores do movimento neopentecostal em defesa dos petistas. Schallenberger, que hoje apoia a sigla, também já foi preso em Foz do Iguaçu (PR) por suspeita de posse de arma e drogas.

Nas suas origens, o PT teve forte inspiração religiosa. As Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica constituíram uma das bases do Partido dos Trabalhadores.

Fonte: Portal Grande Ponto