São Paulo e Palmeiras iniciam, nesta quarta-feira, às 21h40, no estádio do Morumbi, a luta pelo título do Campeonato Paulista. Com os bastidores inflamados, diante das discussões acerca da data do segundo jogo da decisão, os rivais colocam em campo o recente histórico de mata-matas disputados pelas duas equipes, que encontraram nas categorias de base importantes soluções para os elencos. O time tricolor quer erguer seu segundo troféu consecutivo do Estadual e igualar o número de conquistas alviverdes (23). O clube alviverde, por sua vez, encara sua terceira final de Paulistão seguida como nova oportunidade de encurtar a distância de troféus para o Corinthians (30).

A decisão do Campeonato Paulista já começou quente com a disputa política em torno da data da finalíssima e da utilização do Allianz Parque para tal. O Palmeiras queria jogar no sábado para haver tempo hábil de entregar sua arena à WTorre para a montagem do show da banda Maroon 5, na próxima terça-feira. O São Paulo bateu o pé e fez Leila Pereira ter de negociar com a construtora para o jogo ser realizado no domingo no Allianz Parque. Ao fim, a Federação Paulista pôde se manter neutra e esperou a resolução das pendências para anunciar as datas e horários das finais.
Se a rivalidade institucional se impôs mais fortemente na última semana, dentro de campo ela voltou a aflorar há uma temporada. Em 2021, Palmeiras e São Paulo decidiram o Paulistão e uma vaga na semifinal da Libertadores. No Estadual, o lado tricolor levou a melhor, mas na competição continental, os alviverdes riram por último. Este novo encontro no Morumbi não encontra grandes tabus, uma vez que o maior foi quebrado pelo Palmeiras na primeira fase do Campeonato Paulista, ao vencer no estádio do rival por 1 a 0, fato que não acontecia no torneio há 25 anos.
MELHOR DEFESA X MELHOR ATAQUE
Com objetivos distintos no início da temporada, Palmeiras e São Paulo conseguiram, com a ajuda do tempo, aperfeiçoar suas equipes. Abel Ferreira sabia da fragilidade defensiva alviverde na temporada passada, em que sua equipe foi uma das mais vazadas do Brasileirão. Em 2022, as falhas foram sanadas, mesmo sem poder contar com a zaga titular – Gustavo Gómez e Luan – na maioria dos jogos. O time sofreu apenas quatro gols em 14 partidas do Estadual. Já Rogério Ceni enfrentou dificuldades para obter bons resultados no início do Paulistão, mas foi bancado pela direção são-paulina, apoiado pelos torcedores e conseguiu levar um time sólido e mais organizado à final. O ataque é o ponto forte do São Paulo, que é a melhor equipe neste quesito no Estadual: são 24 gols marcados.
SALA DE TROFÉUS
Abel Ferreira encara sua nona final com o Palmeiras em exatos 17 meses no cargo. Em oito decisões já disputadas, conquistou quatro títulos (Copa do Brasil, Recopa Sul-Americana, além de duas Libertadores) e quer erguer mais um inédito para sua coleção. Do outro lado, Rogério Ceni tem importantes vitórias como treinador, uma delas sobre Abel Ferreira: a Supercopa do Brasil de 2021, vencida pelo Flamengo nos pênaltis. Falta ao ex-goleiro, no entanto, um troféu no clube em que é ídolo. Em sua segunda passagem como treinador do São Paulo, é a primeira vez que tem a chance de disputar uma final.
CRIAS DA ACADEMIA X GAROTOS DE COTIA
Há três temporadas, o Palmeiras institucionalizou o uso dos jovens da base em sua equipe profissional. Surgiram Danilo – que deve ser ausência no jogo -, Wesley, Gabriel Verón, Patrick de Paula – agora no Botafogo -, Renan e Gabriel Menino. Com a nova política, um conjunto de títulos em uma das eras mais vitoriosas da história do clube. O São Paulo é um histórico formador de atletas, mas pretende segurar mais tempo os jogadores no clube para fortalecer seu elenco e, de alguma maneira, seguir os passos do rival. Gabriel Sara – machucado -, Igor Gomes, Pablo Maia e Rodrigo Nestor são os principais expoentes da nova geração formada em Cotia.

Fonte: Tribuna do Norte

Foto: Rodrigo Corsi