Ex-ministro se referiu ao ex-prefeito como bom vivant e este falou de suposto uso de dinheiro público no governo federal.

Carlos Eduardo Alves, presidente estadual do PDT e pré-candidato ao Senado Federal, possivelmente compondo a chapa majoritária da governadora Fátima Bezerra (PT), preferiu usar as redes sociais para rebater os insultos feitos pelo seu rival, o ex-ministro do Desenvolvimento Regional e pré-candidato a senador, Rogério Marinho (PL). O ex-prefeito de Natal fez questão de evidenciar os escândalos ligados à corrupção que envolvem o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro pelo suposto uso de dinheiro público de maneira indevida.

Citando matéria do jornal O Globo, Carlos Eduardo apontou o sobrepreço de R$ 3 milhões identificado pela Controladoria-Geral da União na compra de máquinas agrícolas pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), empresa ligada ao Ministério do Desenvolvimento Regional. “Dia após dia temos cada vez mais contato com novos escândalos do Governo Federal. Só recentemente tivemos exemplos de irregularidades em bíblias, ônibus, superfaturamento de tratores e agora laptops. Nada escapa”, twittou.

E acrescentou: “Ou seja, mais uma amostra de corrupção, dessa vez na Codevasf, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, e que, pra piorar, recebeu esse aporte via emendas do orçamento secreto”.

Além desse caso, Carlos Eduardo também criticou os supostos desvios realizados em diversos outros setores, entre eles, o “orçamento secreto”, instrumento usado para garantir o apoio do “Centrão” através de emendas indicadas pelo relator-geral sem detalhamento de gastos. O “orçamento secreto” seria gerenciado também pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. “A verdade é que já não há mais cortina de fumaça capaz de esconder os inúmeros podres desse Governo Federal e seus ministros”, pontuou.

Recentemente, em entrevista ao Meio Dia RN, com o jornalista Bruno Giovanni, o ex-ministro afirmou que Carlos Eduardo é o “menos qualificado” para falar de reforma trabalhista, simplesmente, porque não trabalha. “Só o vejo nas redes sociais na praia, tomando água de coco…”, afirmou o ex-ministro.

Na avaliação de Rogério Marinho, a capital potiguar teve o desenvolvimento afetado pela defasagem do Plano Diretor, cuja última versão vigorou durante os seis anos da última gestão de Carlos Eduardo, entre os anos de 2013 e 2018. O novo Plano Diretor só foi sancionado no início deste ano pelo prefeito Álvaro Dias (PSDB), sucessor de Carlos.

“Tivemos o crescimento de cidades vizinhas – Parnamirim, São Gonçalo, Extremoz… – porque ele não modernizou a legislação do Plano Diretor. As cidades vizinhas cresceram, se desenvolveram. Não tivemos intervenções na mobilidade da cidade, obras estruturantes que permitissem que a cidade desse um salto de qualidade”, disse o concorrente de Carlos Eduardo.

Rogério Marinho também criticou a gestão da orla marítima de Natal e comparou a Capital potiguar com as capitais da Paraíba, Ceará e Alagoas, respectivamente, João Pessoa, Fortaleza e Maceió. “Veja a orla da região urbana mais importante de Natal. Há quantos anos estamos esperando uma melhoria daquela orla? É uma vergonha o legado que o ex-prefeito Carlos Eduardo deixou para os natalenses. Acho que ele vai ter muita dificuldade para dizer o que fez”, afirmou.

Carlos Eduardo Alves já havia criticado o ex-ministro dizendo que enquanto deputado federal, Rogério Marinho ficou nacionalmente conhecido como relator da Reforma Trabalhista, projeto que alterou mais de 100 artigos da CLT, flexibilizou direitos trabalhistas e precarizou milhares de postos de emprego.

O pedetista se apoiou numa pesquisa feita pela Genial/Quaest e divulgada pela Folha de S.Paulo mostrou que 53% dos brasileiros são contrários à reforma trabalhista aprovada no governo Michel Temer, em 2017, contra 27% que se dizem favoráveis. E 58% defendem a sua revisão, mesmo que parcialmente. A legislação, alterada sob o pretexto de baratear o custo do trabalho para criar mais empregos, fracassou.

Fonte: Agora RN
Foto: José Aldenir