Por Bruno Vital*

Seguindo a sua linha autoritária, o prefeito Álvaro Dias, mais uma vez dispensa o diálogo e leva a greve da rede municipal aos tribunais. O argumento da prefeitura é que o SINTE está inventando novos motivos para fazer greve, o que mais uma vez reafirma o não reconhecimento do prefeito à Lei N° 6425/2013. Com apenas uma audiência realizada com a secretária de educação, o prefeito tenta manter sua política de desvalorização.

A Câmara Municipal recebeu um novo projeto de lei, que reafirma a negação do direito à atualização salarial e efetiva o congelamento da carreira. A Câmara tem sido mais receptiva ao diálogo e é espaço para a negociação a que o prefeito se nega. Apesar da grande base governista, há espaço em alguns mandatos para o diálogo e tentativa de avanço, como se deu na emenda e derrubada do veto.

Diante desse cenário de acirramento e repressão, é preciso responder com luta. É momento de fortalecer o movimento grevista em defesa da carreira e da Lei 6.425/2013, indo até às últimas consequências para forçar o prefeito a respeitar a categoria. Recorrer da decisão judicial é um caminho que se impõe, que, se não trilhado, pode definir a destruição da carreira. A ameaça de corte de ponto deve ser enfrentada com total resistência para forjar na luta um novo cenário e derrotar o prefeito Álvaro Dias.

É preciso recordar que a prefeitura de Natal deve 10% de atualização do ano de 2013. Deve a atualização salarial aos aposentados, referente a 2017 e 2018 e ainda o pagamento dos 6.42% para ativos (as) e aposentados (as) referente a 2020, para além dos 33.24% referente a atualização salarial de 2022. O total dessas perdas, em percentual é superior a 50%!

É necessário que todas as direções de CMEIS e Escolas de Ensino Fundamental chamem os pais e as mães para o diálogo, informado o fechamento imediato dos locais de trabalho. Sem estudantes, os celetistas e temporários não tem como dar aulas. Por esse motivo, reforçamos a necessidade de nos mantermos firmes, unidos (as) e fortes nesta greve.

Estamos diante de uma gestão perseguidora e de práticas fascistas, que tem gerado um cenário de sucessivos ataques e tentativas sistêmicas de retiradas de direitos já adquiridos, tem imposto a categoria a uma dinâmica progressiva de empobrecimento. Não é momento de recuar, de mover-se pelo medo imposto pelo judiciário. Foi travando uma batalha árdua arrancamos os 6,42% em dezembro de 2021 para ativos (as) e em janeiro de 2022 para aposentados (as). A luta é o nosso caminho

  • Coordenador Geral do SINTE/RN