A pré-candidatura do ex-deputado estadual Fábio Dantas ao governo será oficializada nesta terça-feira (19), em um ato do Partido Solidariedade, com a participação de aliados. O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PP), e o ex-ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho deverão estar no ato, programado para começar às 9h30- de hoje, no Hotel Holiday Inn, em Lagoa Nova.

Fábio Faria já declarou apoio à pré-candidatura de Fábio Dantas, 50 anos, e vai abrir a série de discursos, seguido de Rogério Marinho, que é pré-candidato a senador da República às eleições de outubro no Rio Grande do Norte.

Com as definições da cabeça de chapa para o governo e ao Senado Federal, resta os partidos decidirem sobre a indicação do candidato a vice-governador com Fábio Dantas.

“Nosso grupo, com o apoio de muitos prefeitos, deputados estaduais e federais e inúmeras lideranças de outros partidos, inicia uma jornada que nasce vitoriosa para as eleições de 2022”, destacou Fábio Dantas, em postagem nas redes sociais, em que convida a classe política e militantes partidários para assistirem o anúncio de sua pré-candidatura a governador e que precisará será oficializada em convenções entre os dias 20 e julho e 05 de agosto.

Ele disse à TRIBUNA DO NORTE no fim de semana que a coligação que está em articulação para apoiar essa chapa deve ter, além do partido ao qual é filiado, o Solidariedade, o PL — do ex-ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que disputará o Senado — o PSDB, o PTB, o PSC, o PP. Mas, acrescentou, o diálogo prossegue sobre a possibilidade de outras siglas integrarem a coligação.

Também faz parte da lista de oradores desta terça o ex-prefeito de Olho d’Água dos Borges, Brenno Queiroga, que vinha postulando a indicação de candidato do SD a governador para enfrentar, nas urnas, a governadora Fátima Bezerra (PT), e vai justificar porque abriu mão da disputa majoritária para unir uma parcela dos partidos de oposição.

Outro orador listado é o presidente da Câmara Municipal de Mossoró, vereador Lawrence Amorim, que é pré-candidato a deputado federal e representará no ato político o prefeito daquela cidade da região Oeste, Allyson Bezerra. O penúltimo orador será o presidente estadual do SD, Janiel Hercílio da Silva, ex-vereador e ex-vice-prefeito de Várzea, na região Agreste.

Embora o cerimonial não seja algo fechado, o sétimo e último discurso previsto é do presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), Anteomar Pereira da Silva, o “Babá”, que é prefeito de São Tomé e falará em nome dos prefeitos.

Não está confirmado se o líder da bancada do SD na Assembleia Legislativa, deputado estadual Kelps Lima, falará em nome dos companheiros de partido, o deputado Subtenente Eliabe e a deputada Cristiane Dantas, mulher do ex-vice-governador Fábio Dantas, que nas eleições de 2018 tentou se viabilizar como candidato a governador pelo PSB depois de romper com então candidato à reeleição, o governador Robinson Faria, mas ficou no meio do caminho.

Ainda é aguardada as presenças de deputados de outros partidos, que devem apoiá-lo para o governo, como o PSDB e PL, além dos presidentes de partidos de linha bolsonarista e em oposição ao governo.

Fábio Dantas tem afirmado que assume a condição de pré-candidato a governador “com lucidez e responsabilidade”. Ele disse que pretende ir a cada município do Rio Grande do Norte agora que o nome está confirmado.

O ex-deputado do Solidariedade faz enfáticas críticas à governadora Fátima Bezerra. Ele afirma que, desde que ela foi escolhida, nas eleições 2018 para o governo, respeitou a decisão das urnas, mas sempre considerou que se tratava de “um atraso” para o Rio Grande do Norte.

Fábio Faria diz apoiar nome escolhido
O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PP), confirmou que apoia a candidatura do ex-deputado estadual Fábio Dantas (Solidariedade) ao governo do Estado. “Vou participar da eleição nacional e, no que puder, no meu Estado. Os nomes que a oposição à governadora Fátima, do PT, escolher ao Senado, que é Rogério Marinho, e ao Governo, que hoje é Fábio Dantas, terão meu total apoio”, disse o ministro, que continuou: “Não tenho rejeição a nenhum nome [escolhido por uma aliança de oposição para a candidatura a governador]. A rejeição que tenho é a Fátima”.

Agora filiado ao Partido Progressista (PP), Fábio Faria defendeu também a unidade dos partidos oposicionistas. “Vou apoiar o nome que unir esse grupo de oposição. E temos que estar unidos com esse nome, porque não podemos ter mais quatro anos com Fátima governando”, afirmou ele, ontem, durante entrevista à Rádio 96 FM.

As críticas de Fábio Faria remontam ao governo do seu pai, Robinson Faria, que, segundo ele, errou quando entregou seis secretarias ao partido da então senadora Fátima Bezerra, bem como a liderança do governo na Assembleia, na época, ao deputado petista Fernando Mineiro: “As secretarias do PT eram desastrosas, o PT trabalhou dois anos e meio para dar aumento de salário pra todo mundo, mesmo sabendo que não havia caixa”.

Farias acusou o PT de ter passado mais da metade do mandato de Robinson Faria (2015/2018), ameaçando paralisar o Estado caso não houvesse reajuste salarial para o funcionalismo, principalmente depois que votou na Câmara Federal a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016.

“Fizeram todo tipo de confusão para deixar o Estado ingovernável naquele momento”, disse ele, que acusou o PT de ter trabalhado para o atraso de salários no Rio Grande do Norte, porque Dilma Rousseff não socorreu o Estado nenhuma vez. “Lembro que no governo Temer a gente conseguiu R$ 650 milhões no fim de 2017 e ia virar 2018 com a folha em dia”, afirmou.

Segundo o ministro, naquele período “vários políticos do Rio Grande do Norte atuaram no TCU, já pensando na eleição, boicotando o governador para não conseguir esse dinheiro”.

Brenno Queiroga explica a desistência
O engenheiro Brenno Queiroga afirmou que a ligação de Fábio Dantas com o ex-ministro e pré-candidato ao Senado Rogério Marinho (PL) foi decisiva para a definição do nome que vai concorrer ao governo pela aliança de partidos da oposição.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News Natal (93,5 FM), ontem, Brenno Queiroga confirmou que foi informado sobre a decisão da legenda em ter Fábio Dantas como candidato na disputa com Fátima Bezerra (PT) pelo Governo do Estado. A escolha do Solidariedade pelo ex-vice-governador para encabeçar o projeto, segundo o próprio Brenno Queiroga, teve influência direta de Rogério Marinho.

“Um ponto chave foi a ligação entre Rogério e Fábio. Eles têm um relacionamento mais antigo”, disse Brenno. “Fábio me colocou que Rogério o procurou com essa perspectiva (que ele fosse o candidato), unindo partidos de oposição, deputados, prefeitos, cinco minutos de TV, e a gente conseguiria juntar isso tudo para apoiar o Solidariedade, mas a condição era de que o nome fosse o dele (Fábio Dantas)”, explicou Brenno Queiroga.

De acordo com o engenheiro, ele entende que não havia como o Solidariedade rejeitar os apoios de 12 deputados, 90 prefeitos e seis partidos políticos, mas afirmou que achava sua candidatura mais “dentro da realidade política atual, mais a cara do cidadão”. Brenno Queiroga acredita que, caso tivesse sido mantido como candidato, os apoios da oposição cairiam em seu colo e que não seria possível, neste momento, uma projeção maior eleitoral nas pesquisas de opinião.

“Eu vinha fazendo a pré-candidatura e sempre surgiam os nomes. Os candidatos não iriam crescer. Peito para meter a cara com 1% ou 2% quem tinha era Brenno, porque sabia que em agosto a gente cresceria. Surgiram esses 10 nomes de oposição e eu dizia que isso iria cair no meu colo (risos)”, disse. “Quando a gente está na pré-candidatura, todos falam que a oposição tem que se unir. O que aconteceu agora foi exatamente isso. Essas oposições (grupos) estão caminhando bem. O nosso partido gosta muito do nosso nome, mas acato a decisão de modo democrático. É complicado dizer para o Solidariedade rejeitar um apoio como esse”, concordou Brenno Queiroga.

Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Arquivo TN