Abençoada pelo pré-candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva, a chapa majoritária formada pela governadora Fátima Bezerra (PT) e o presidente estadual do MDB, deputado federal Walter Alves, recebeu também a aprovação dos petistas no Rio Grande do Norte. “Por muito tempo, o PT foi coadjuvante no Estado. Hoje, é protagonista. Não é o PT quem está aderindo a uma chapa com o MDB, mas o MDB que vem somar a um projeto vitorioso já em curso no RN, liderado pela nossa governadora. Um projeto que devolveu a esperança e o orgulho de ser potiguar”, afirmou a pré-candidata a deputada federal Samanda Alves (PT).

Para ela, a união do PT e do MDB é uma aliança em sintonia com o plano nacional e com o movimento que Lula lidera, “para a construção de uma ampla frente democrática que possa derrotar Jair Bolsonaro e o bolsonarismo, tirando o país da situação de caos e miséria que atravessamos. Não será estreitando a chapa que vamos conseguir vencer esse desafio”, ressaltou, em entrevista ao AGORA RN, nesta quinta-feira 28.

Ela disse ainda que não gosta de “fulanizar” a política. “Mais do que nome, importa para a vida das pessoas o projeto que será posto a cabo em uma possível vitória eleitoral. Se fizermos uma enquete, pouca gente saberá dizer o nome dos vice-governadores nos Estados. Não é o nome que determina a política. Essa não será uma eleição qualquer. Precisamos derrotar o fascismo, de preferência no 1º turno”, enfatizou.

RECONHECIMENTO. O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Francisco do PT, explicou que a chapa Fátima/Walter vinha sendo proposta pelo próprio Lula e leva em conta, entre outras questões, o cenário que se desenha para a eleição presidencial. “O MDB é um partido com muita capilaridade no interior, com muitos prefeitos, vices, vereadores e lideranças locais. Ajuda muito, do ponto de vista da disputa. E o apoio à reeleição da governadora é um reconhecimento do esforço que Fátima tem feito para a reconstrução do nosso Estado”, disse.

Segundo Francisco, trata-se de uma escolha que leva em conta a conjuntura política nacional e colabora para ampliar os apoios à reeleição da governadora. “Conheço o deputado Walter há bastante tempo e tenho muito respeito por ele. Na Assembleia, as alianças eleitorais são feitas a partir da realidade política de cada local. Alianças são feitas para disputar eleições e também administrativamente, garantindo, inclusive, governabilidade. Nesse sentido, ampliar o arco de apoios com base num programa e garantir a realização de propostas apresentadas à sociedade é um desafio que constrói a luz do cenário político possível”, afirmou.

Isolda se mantém contra dar vice a Walter Alves

“O fato do MDB querer ser vice de Fátima mostra a força de um governo que vem reconstruindo o RN. Em outros tempos, o partido não queria ser nosso vice. Eu e o grupo a que faço parte no PT, não vemos problema em o MDB vir para aliança, e sabemos que esse movimento está conectado à articulação nacional para derrotar Bolsonaro ainda no 1º turno”, afirmou a deputada estadual Isolda Dantas.

Para a parlamentar, a cadeira de vice-governador é estratégica, sobretudo em um segundo mandato, quando não se disputará mais a reeleição. “Por isso, achamos um erro conceder a vaga para um partido que não seja do campo democrático popular. Vamos defender essa posição internamente porque temos preocupação com o futuro do projeto político que foi iniciado a partir da eleição da primeira governadora de origem popular em nosso Estado”, disse.

De acordo com Isolda, o PT tem tradição de debate interno e de, ao final, sair unido respeitando a decisão do Partido. “Apesar das divergências de análises, temos unidade naquilo que é prioridade: eleger Lula e reeleger Fátima. Essas são as principais tarefas de quem constrói o PT no Rio Grande do Norte e nossa energia estará voltada para isso”, pontuou.

Decisão acertada

O pré-candidato a deputado estadual e ex-controlador-geral do Estado, Pedro Lopes, defendeu a aliança entre o PT e o MDB no Rio Grande do Norte e avalia que a decisão foi acertada, “porque ambos são forças políticas que defendem projetos desenvolvimentistas. No plano eleitoral a governadora se fortalece para a reeleição é evidente que para continuar promovendo as evoluções que iniciamos a partir de 2019 temos que ganhar o pleito e nesse sentido é sempre necessário compor agregando com quem tem pautas convergentes. Assim se faz política”, enfatizou.

Fonte: AgoraRN