“Minha campanha será radical, não contra pessoas ou adversários, mas em propostas que melhorem a vida do RN e do Brasil”, afirmou o pré-candidato ao Senado Ney Lopes (PMB), em entrevista exclusiva ao AGORA RN. Advogado, jornalista, procurador federal, ex-deputado federal por seis mandatos e ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, ele falou sobre suas propostas e prioridades e como pretende levar sua campanha eleitoral, sem recursos do Fundo Eleitoral e horário de TV mínimo.

AGORA RN – O que o levou a se decidir a ser pré-candidato a senador pelo RN?

NEY LOPES – Desejo voltar a ser o “advogado do RN” no Congresso Nacional, resgatando o trabalho permanente do parlamentar que fui, sempre na lista dos cem melhores deputados do país, em escolha do PT, através do órgão sindical DIAP. Diante da minha longa experiência – seis mandatos de deputado federal -, achei que não devia me omitir, quando o Estado e o país atravessam seríssima crise sanitária, econômica e política. Estou concorrendo pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), que não dispõe de recursos do Fundo Eleitoral. É um grupo de idealistas, de centro, que pretende impulsionar a política nacional, de forma a valorizar mulheres e homens, visando alcançar o desenvolvimento sem caráter excludente e discriminatório de quem quer que seja.

AGORA RN – Como o senhor analisa os pré-candidatos ao Senado apresentados, até agora?

NEY LOPES – Com profundo respeito. Todos têm postulações legítimas. Caberá ao eleitor analisar e escolher. Pessoalmente, submeto a minha vida pública a julgamento, prestando contas do que já fiz e anunciando o que posso fazer. Graças a Deus, gozo de saúde para esse trabalho. Ganhar ou perder será normal. Peço a Deus que só me favoreça, se for para exercer um mandato livremente, sem amarras políticas, sendo fiel a quem acreditar em mim.

AGORA RN – O Brasil 35 tem candidato a presidente e a governador do RN?

NEY LOPES – Na disputa pela presidência da República, o partido, até o momento, deixa o eleitor livre. Para o governo do Estado, o partido apoia Clorisa Linhares, com militância política, empresária, formada em Direito e Ciências Sociais. É uma candidata competente, que debate o futuro do RN, com humildade e firmeza. Quem conhecê-la acreditará nela.

AGORA RN – Em um partido pequeno, sem dinheiro e horário de TV mínimo, como o senhor fará sua campanha eleitoral?

NEY LOPES – Com força de vontade e idealismo. A cabeça do eleitor mudou muito. Em eleições majoritárias, valem pouco as estruturas partidárias milionárias de marketing e apoios políticos. Pessoalmente, sou conhecido no RN, por ter sido sempre votado em todos os municípios. Tenho serviços prestados e acredito no voto livre do povo. Chegarei a todos os conterrâneos pelos recursos da mídia social e o “boca a boca”. Irei onde for possível.

AGORA RN – Como será sua campanha?

NEY LOPES – A minha campanha será radical, porém, não contra pessoas, ou adversários, mas em relação às propostas que melhorem a vida do RN e do Brasil. O eleitor quer ouvir alternativas para enfrentar os imensos problemas após a pandemia. Radicalizarei nesse debate de propostas, sugerindo desde já que os meus concorrentes aceitem a promoção de “debate públicos” durante a campanha, em regiões do Estado, para o eleitor conhecer melhor a todos. Entidades idôneas, senão a própria justiça eleitoral, poderão coordenar esses debates.

AGORA RN – Quais suas propostas para os potiguares?

NEY LOPES – Preocupam-me as dificuldades hoje enfrentadas pelos mais pobres, decorrentes da desigualdade social; da classe média, inclusive pequenos e médios empreendedores, sufocados pela redução progressiva da renda e certas injustiças no sistema de previdência social, um dever do Estado, que precisa sempre proteger quem dele necessita para sobreviver. Na Reforma da Previdência, é necessário mudar, para somente aplicar as mudanças que prejudicaram direitos dos segurados para aqueles que vierem futuramente ingressar no sistema. Os atuais têm história e planejamento de vida e não podem sofrer sobressaltos. Países europeus fizeram assim. Quanto a recursos para suprir o déficit previdenciário, existem muitos, a começar pela taxação de lucros e dividendos. O Brasil é único no mundo que não taxa. Recentemente, a Petrobrás distribuiu R$ 40 bilhões de dividendos e ninguém pagou Imposto de Renda. Sempre defendi que a modernização da CLT deveria seguir a OIT (Organização Internacional do Trabalho), cuja orientação é promover a liberdade sindical, através da negociação coletiva.

AGORA RN – Que temas englobam suas principais propostas?

NEY LOPES – Em 1975, propus a criação do crédito educativo, que vigorou 11 anos. Os governos substituíram pelo Fies, que nada tem a ver com meu projeto. Lutarei pela volta dele. Naquela época, o estudante de universidade pública era financiado em até três salários-mínimos, para o seu sustento, compra de livros, lazer, habitação, alimentação etc., sem prejuízo para financiar anuidades de instituições particulares. Reapresentarei a proposta de criação no Grande Natal, ao lado do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, uma área de livre comércio (polo exportador e turístico), que pode gerar, a médio prazo, até 50 mil empregos diretos e indiretos. Estamos no local ideal nas Américas, por ser geograficamente mais próximos da África, Europa, EUA e Canal do Panamá. Deu certo no mundo todo e não pode dar errado no RN. Também a regulamentação do art. 43 da Constituição e garantir a agroindústria nordestina – juros favorecidos, isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais, prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. Fiz essa lei quando deputado, aprovada em três Comissões. Saí da Câmara e tudo foi arquivado. E compromisso com a defesa intransigente do Estado Democrático de Direito, na preservação da liberdade da pessoa física; de pensamento, opinião, religião, informação, artística, comunicação do conhecimento; expressão coletiva em suas várias formas de reunião e associação; ação profissional e liberdade econômica.

Fonte: AgoraRN

Foto: José Aldenir