A base liderada pela governadora Fátima Bezerra (PT) caminha para ter um fato inédito: dois senadores no mesmo apoio e disputando apenas uma vaga. Uma brecha jurídica para o desmembramento de coligações estaduais para a disputa ao Senado virou mais um componente na costura nos palanques pelo país. Uma consulta ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) feita pelo União Brasil avalia a possibilidade de partidos lançarem mais de uma candidatura ao Senado na mesma chapa para o governo estadual. Nesse cenário, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) e o deputado federal Rafael Motta (PSB) ficariam na mesma chapa, a de Fátima.

O caso, sob relatoria do ministro Ricardo Lewandowski, ainda será analisado pela Justiça Eleitoral. A decisão pode impactar a formação de palanques em estados onde mais de um pré-candidato ao Senado apoia o mesmo nome a governador e duela pela vaga na chapa. É o caso, por exemplo, de estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Pará, Roraima e Mato Grosso.

No Rio Grande do Norte, o deputado Rafael Motta (PSB) aproveitou essa tese e corre com seu nome ao Senado. O PSB nacional apoia o nome do potiguar. Rafael garantiu que seu voto a Fátima Bezerra é irrevogável e o tempo de televisão será direcionado ao PT. “O PSB vai acompanhar a governadora, o presidente Lula, estamos formando chapa com Geraldo Alckmin e não há, no Rio Grande do Norte, quem tire o voto de Rafael Motta e do PSB a Fátima. E o tempo de TV será dado ao PT e a Fátima Bezerra, sem prejuízos à campanha eleitoral desta”.

Tempo
O dirigente estadual do União Brasil, José Agripino Maia, admitiu que o tempo de rádio e TV do partido será concedido aos candidatos majoritários que conquistarem a preferência da maioria dos candidatos do União Brasil que integram a nominata de federal e de estadual. Em entrevista à rádio 96 FM, José Agripino falou que o tempo de rádio e TV da sigla é “um bem do partido” e que esse patrimônio será usado nas negociações – em torno de propostas – que os candidatos do União Brasil terão com os candidatos majoritários de outras legendas.

Apoio
Na verdade, o apoio de José Agripino hoje é voltado para o presidente da Câmara de Natal, vereador Paulinho Freire, nome a deputado federal do União Brasil. Paulinho lidera hoje a grande parte dos candidatos à Assembleia Legislativa e os vereadores de Natal que assinaram a ficha do União Brasil.

Jogo
Agripino também anda trabalhando o nome do vice-prefeito Maurício Filho à Assembleia Legislativa. Ele é filho do ex-prefeito Maurício Caetano, principal liderança política de João Câmara, maior colégio eleitoral da região Mato Grande. Os votos lá serão em dobradinha com Paulinho Freire.

Amigos
Outro nome que o ex-senador José Agripino Maia vem ajudando é o deputado Getúlio Rêgo (PSDB), seu amigo de 40 anos. Os atuais candidatos do União Brasil não aceitavam o médico do Alto Oeste na nominata. Getúlio teve que deixar seu antigo partido, o DEM. Mas o seu filho, ex-prefeito Leonardo Rêgo, é pré-candidato a deputado federal para ajudar a nominata e o pai.

Urnas
Diante das investidas do presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados contra o sistema eleitoral, uma pesquisa mostra que 30% dos eleitores convocados para trabalhar como mesários na eleição temem sofrer ataques e 70% acham que o TSE deveria adotar medidas de segurança adicionais este ano.

Dados
Entre aqueles que veem necessidade para mais medidas de segurança, 75% acham que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deveria providenciar maior policiamento ou seguranças particulares, e 5%, mais fiscais. O Instituto Ideia ouviu 651 mesários, que foram entrevistados de 28 de abril a 5 de maio —a margem de erro da pesquisa é de 2,85 pontos percentuais, para mais ou para menos. Segundo o TSE, em 2018, na última eleição presidencial, 2,1 milhões de eleitores trabalharam como mesários.

Fonte: AgoraRN

Foto: Governo do Estado