A exoneração de Andréa Ramalho Alves do cargo de secretária municipal de Políticas Públicas para Mulheres, publicada no Diário Oficial de Natal desta quarta-feira 1º, foi vista como o rompimento definitivo entre o prefeito Álvaro Dias (PSDB) e o presidente estadual do PDT e pré-candidato ao Senado Carlos Eduardo. No lugar de Andréa, esposa de Carlos Eduardo, assumiu a pasta Maria José Medeiros, que antes ocupava o posto de secretária adjunta de Trabalho e Assistência Social (Semtas).

Em vídeo publicado nas redes sociais, Andréa disse que não foi comunicada que seria dispensada do cargo. “Hoje, eu fui surpreendida com minha exoneração no Diário Oficial. Sequer houve um contato falando sobre o meu desligamento. Eu lamento profundamente a forma desrespeitosa como tudo isso aconteceu, como foi conduzido”, afirmou.

Ela aproveitou e deu um recado indireto a Álvaro Dias. “Mas é assim, através de gestos, que as pessoas se revelam e mostram quem são. Sempre pautamos nossa vida pelo respeito, à mulher, aos seres humanos, ao profissional. Não é uma exoeneração que vai me parar, me calar. Reafirmo meu compromisso com a causa, com a luta. Estamos firmes e juntas com sempre estivemos”.

A suspeita é que a exoneração teria sido decidida após o PT ter referendado o nome de Carlos Eduardo ao Senado na chapa majoritária da governadora Fátima Bezerra, desafeto político de Álvaro, no domingo 28. Andréa também visitou a gestora, junto com a vice-prefeita de Natal Aíla Cortez (PDT), na sexta-feira 26.

A exoneração da esposa de Carlos Eduardo não foi recebida como surpresa por muitos, já que o clima entre o pré-candidato e Álvaro Dias não estava bem desde meados de abril passado, quando este último declarou apoio ao ex-ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho, ao Senado. A expectativa do pedetista era que Álvaro o apoiasse.

Na ocasião, Carlos Eduardo cobrou publicamente compromisso ao gestor da Capital e deixou subentendido que Álvaro não teria, por méritos próprios, chegado à Prefeitura de Natal e que só conseguiu isso porque o pedetista renunciou ao cargo e o apoiou. Para o pré-candidato, seria um gesto de gratidão que traria benefícios ao tucano.

“Se Álvaro Dias quiser me apoiar, seria bom para ele, porque ele estará devolvendo a alguém que deu a ele três anos à frente de uma prefeitura de uma capital, que ele jamais chegaria ali se eu não tivesse renunciado e entregue a ele a condição de ser prefeito de Natal”, afirmou.

Fonte: AgoraRN

Foto; José Aldenir