A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta terça-feira que sete países africanos registraram, cumulativamente, 1,4 mil casos de varíola dos macacos neste ano. Deste total, são 1.392 casos suspeitos e outros 44 confirmados.

Os casos foram relatados em Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Libéria, Nigéria, República do Congo e Serra Leoa. A contagem considera relatórios preliminares registrados até meados de maio.

A varíola dos macacos foi detectada pela primeira vez em humanos em 1970, no continente africano, e a maioria dos casos foi relatado em áreas rurais e florestais. mas de acordo com a OMS, a partir de 2017 houve um aumento repentino de casos. Neste ano foram mais de 2.800 casos suspeitos relatados em cinco países.

O pico na África ocorreu em 2020, quando mais de 6,3 mil casos foram relatados, 95% deles na República Democrática do Congo. Os números caíram no ano passado, quando houve registro de 3,2 mil casos suspeitos.

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— A África conteve com sucesso surtos anteriores de varíola e, pelo que sabemos sobre o vírus e os modos de transmissão, o aumento dos casos pode ser interrompido — disse Matshidiso Moeti, diretor Regional da OMS para a África.

Desde a erradicação global da varíola em 1979, a varíola dos macacos emergiu como a infecção por ortopoxvírus mais prevalente em humanos. A vacinação contra a varíola demonstrou ser protetora contra a varíola dos macacos. Uma nova vacina contra a varíola e a varíola dos macacos foi aprovada, mas ainda não está amplamente disponível.

— É fundamental que o continente tenha acesso igual a vacinas eficazes contra a varíola e que, globalmente, garantamos que as doses de vacina cheguem a todas as comunidades necessitadas. Embora partes do continente possam ter construído alguma imunidade contra a doença, existem populações que são particularmente vulneráveis, como profissionais de saúde e contatos de casos — afirmou Moeti.

A varíola dos macacos é uma zoonose silvestre, ou seja, uma doença infecciosa que passa de macacos e outros animais para humanos. Ela é causada pelo vírus que leva o mesmo nome (varíola dos macacos) e pertence à família dos orthopoxvírus. A infecção é semelhante à varíola humana — única doença erradicada no mundo —, mas mais leve.

Sintomas iniciais comuns são febre, dores musculares, cansaço e linfonodos inchados, entre outros. Uma característica comum da doença é o aparecimento de erupções na pele (lesões) que começam no rosto e se espalham para o resto do corpo, principalmente as mãos e os pés. Eles aparecem entre 6 e 13 dias, mas podem levar até três semanas após a exposição. Geralmente, a doença é leve, e os sintomas desaparecem sozinhos dentro de duas a três semanas. Casos graves são raros, mas já foram relatados.

A transmissão normalmente acontece do animal para a pessoa em florestas da África Central e Ocidental, onde a doença é endêmica. Casos de contágio entre seres humanos são mais raros, de acordo com a OMS.

O vírus se espalha através de fluidos corporais, contato com a pele e gotículas respiratórias.

Fonte: AgoraRN

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