Pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender, ontem, a regulação dos meios de comunicação no País. À Rádio Educadora de Piracicaba, o petista afirmou que o processo garantiria “melhor direito de resposta”.

“Quem vai regular é a sociedade brasileira, não vai ser o presidente da República. Vamos ter de convocar plenárias, congressos, palestras; e a sociedade vai dizer como tem de ser feito para a gente poder democratizar, regular melhor o direito de resposta”, afirmou. O direito de resposta é garantido por lei aprovada em 2015. Na entrevista, Lula disse que a regulação deveria focar nos meios de comunicação concedidos pelo Estado, como televisões e rádios.

A última prévia de programa de Lula, divulgada em junho, incorporou menção à punição a ataques à imprensa e a jornalistas, e voltou a tratar da chamada “democratização de meios de comunicação”. O debate sobre regulação – ou controle social da mídia – é uma bandeira histórica do PT.

Ontem, Lula voltou também a dizer ser contrário à privatização de empresas públicas e favorável à criação de empresas de economia mista, como Banco do Brasil e Petrobrás. “Essa história de privatizar é coisa de incompetência ‘Eu não sei governar, eu não sei como fazer a economia crescer, eu vou vender o que tenho e vou ter dinheiro para gastar. Daqui a pouco eu não tenho o dinheiro e nem as empresas'”, criticou durante entrevista à Rádio Educadora de Piracicaba.

Lula afirmou que foi criado no Brasil o dogma de que “tudo que é do Estado não presta e tudo que é privado é bom”.

“Eu sou contra as privatizações daquilo que é essencial ao Estado brasileiro. O Banco do Brasil é essencial ao Estado brasileiro, a Caixa Econômica é essencial ao Estado Brasileiro. O BNDES tem que ser estatal. A Petrobras tem que ser uma empresa pública de economia mista para esse País poder crescer, é assim no mundo desenvolvido”, afirmou o ex-presidente da República.

O texto com as diretrizes do programa de governo do petista, divulgado na semana passada, manteve posição contrária à privatização da Petrobras, Eletrobras, já realizada, e dos Correios.

Lula responsabilizou ainda o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), pela alta nos preços dos combustíveis e voltou a dizer que o chefe do Executivo deveria intervir na Petrobrás.

Fonte: Tribuna do Norte