O técnico Felipão está de novo na semifinal da Libertadores, agora com o Athletico, que eliminou o Estudiantes com uma vitória por 1 a 0, em La Plata, na noite desta quinta-feira.

É a sexta vez que o treinador é semifinalista da principal comeptição sul-americana. Foram duas com o Grêmio (1995 e 1996) e três com o Palmeiras (1999, 2000 e 2018). Ganhou dois títulos, um com cada time (1995 e 1999), e ainda foi vice com o Palmeiras, em 2000.

Apesar de toda a bagagem, Felipão viu de forma especial a classificação do Furacão e apontou esse como um dos principais momentos na carreira. O Athletico venceu com gol de Vitor Roque, aos 50 minutos do segundo tempo, e pega agora o Palmeiras nas semifinais.

Para mim, que já tenho a minha ida terminada no fim do ano praticamente, digo que foi uma das vitórias mais emblemáticas de toda a minha carreira. Muito contente, muito satisfeito em terminar como a gente está terminando. É muito bom, só tenho a agradecer esse pessoal

— Felipão, em entrevista coletiva

– Hoje é um dia especial para mim. Ao final de uma carreira eu estou levando junto com esse pessoal o Athletico para uma posição que me foi solicitada pelo presidente, sonhando com isso. O sonho deles continuará através dessa classificação na Libertadores – comemorou, em entrevista coletiva.

Aos 73 anos, Felipão usou um tom de “despedida” durante quase toda a entrevista. Contratado pelo Athletico para exercer a função de diretor técnico, ele deve ficar como treinador até o fim do ano, passando depois para novo cargo. Porém, até mesmo essa permanência como dirigente ele deixou em aberto:

– O que vou dizer: dificilmente vou continuar. Se eu conseguir mais algum título com esse grupo, e nós vamos conseguir, está na hora de terminar também. A família está pedindo isso. Acho também que, com 73, 74 no fim do ano, não é que pese, mas deixa a gente cansado demais naquele banco, brigando com esse pessoal – disse o treinador.

– Acredito eu que, 95%, termino no fim do ano. A gente coloca alguém da comissão como técnico e vai ficar por fora, se continuar. Não sei se minha família vai ainda deixar. Vontade a gente tem, mas pensa sobre isso – completou.

Felipão assumiu o Athletico no começo de maio, substituindo Fabio Carille. Pegou o Furacão ameaçado de não avançar na fase de grupos da Libertadores e perto da zona de rebaixamento no Brasileirão.

Acumulou bons resultados, avançou na competição sul-americana, está nas quartas de final da Copa do Brasil (contra o Flamengo) e é o quarto colocado na Série A. Tem até aqui 16 vitórias, sete empates e três derrotas em 26 jogos.

– O torcedor deve se sentir muito feliz. Ele está vendo que nós estamos disputando com o adversário muitas vezes da forma de jogar dos adversários, mas eles são muito fortes. Hoje, se não fossemos fortes, não venceríamos. Temos que nos adaptar a uma ou outra situação. Nada como um pouco de experiência para passar para esse pessoal, porque eles querem. E quando querem, só um pouquinho de ajuda eles conseguem – comentou.

– Quando chegamos no Athletico, o Athletico estava lá embaixo na classificação e precisava desse estímulo, dessa situação de acreditar mesmo naquilo que a gente fazia, e eles acreditaram. É bom de trabalhar assim porque eles acreditam. A gente monta e eles acreditam. Não fosse isso, hoje de novo não ganhava. Hoje não jogamos uma boa partida, mas competimos. Com isso a gente consegue superar alguma dificuldade – finalizou Felipão.

Na semifinal, Athletico e Palmeiras vão se enfrentar nos dias 30 de agosto e 6 de setembro. A primeira partida na Arena da Baixada, e a volta no Allianz Parque. Na outra chave, o Flamengo pega o Vélez Sarsfield.

Athletico volta a campo contra o Flamengo no domingo, às 16h, no Maracanã, pela 22ª rodada do Brasileirão. O Furacão é o quarto colocado, com 37 pontos.

Fonte: ge

Foto: Staff Images / CONMEBOL