Rafael é “maneiro”, enquanto Carlos Eduardo e Rogério Marinho são “pesados’. Já escutei isso não apenas de apoiadores de Rafael, mas também de apoiadores de Rogério e Carlos.

Contra Rogério, apesar das obras originadas a partir do Orçamento Secreto, pesam a falta de carisma, a distância das pessoas e os fantasmas das reformas do trabalho e da previdência.

Contra Carlos, igualmente pesam a falta de carisma e a distância das pessoas, tendo, no lugar dos fantasmas das reformas, os fantasmas das contradições em sua vida política, o modo como historicamente tratou aliados e as mudanças de posicionamento, bastando lembrar do seu intenso bolsonarismo em 2018.

Contra Rafael nada pesa. Jovem, carismático, próximo das pessoas, Rafael é bem recebido por onde passa. Não tem orçamento secreto, mas também não tem reformas contra o povo em sua história. Não tem o apoio formal das principais lideranças da esquerda, mas sempre teve cara e lado, e vem ganhando apoio de setores da militância.

Na pesquisa Agora Sei divulgada hoje, 16, Rafael cresceu e foi aos 12 pontos, não crescendo mais em razão da ausência de apoio de algumas importantes lideranças do mesmo espectro político.

A bem da verdade, porém, penso que não seria justo chamar de injusta a postura da Governadora Fátima. Fez um acordo politicamente legítimo com Carlos Eduardo. Carlos cumpriu a parte dele ao não ser candidato ao governo e evitar que Álvaro Dias fosse candidato. A Governadora está cumprindo sua parte, como mulher de palavra que é.

Nesse contexto, a esperança de Rafael é passar Carlos, para que, apesar dos acordos legitimamente firmados, as lideranças de esquerda prefiram apoiar o “voto útil” para vencer o candidato de Bolsonaro, Rogério Marinho. E, para o voto útil, Rafael é “maneiro, maneiro”.

Fonte: Debate Potiguar