Série original mais assistida da Netflix, “Bridgerton” estreia sua segunda temporada nesta sexta-feira (25) na plataforma. Jonathan Bailey (Anthony), Simone Ashley e Charithra Chandran (as irmãs Sharma) conversaram com o g1 sobre a nova temporada.

Baseada nos livros de Julia Quinn e produzida por Shonda Rhimes, a série recria o cotidiano de uma nobreza fictícia na Inglaterra de 1800.

Ela retorna com todo luxo, fofocas, manipulações e um pouco menos das cenas quentes entre os protagonistas, ainda que estejam lá.

Menos cenas de sexo, no entanto, não significam menos insinuações, corações disparados e situações íntimas. Com uma pegada mais romântica, as situações de “na trave” se multiplicaram.

Depois da história de Daphne e do Duque Simon Basset, que tiveram seu final feliz, a série agora foca no filho mais velho da família, o visconde Anthony Bridgerton.

Cabeça-dura, ele decide ser sua vez de casar e começa a busca pelo bom negócio – assim, sem a necessidade desse tal “amor”, que aparentemente só traz sofrimento.

“Alguém que tem tanta certeza de si, acha que tem todo o saber, na maioria das vezes, não entende nada”, diz Jonathan Bailey, o Anthony, ao g1.

“Com muita ansiedade, Anthony tenta retratar uma versão de si mesmo que considera ser digna.”

Os planos do visconde são bagunçados quando conhece Kate Sharma, mulher independente que chegou em Londres para ajudar sua irmã caçula, Edwina, a encontrar o marido perfeito. Dá-se início ao drama de amor-ódio recheado de cenas de tensão sexual no ar.

“Ele começa com uma versão oca de si mesmo e expande. Aprende a se amar e se apaixonar, e entende que seu comportamento em relação a outras pessoas não é certo ou saudável. É incrível explorar isso”, completa.

Rigorosa, Kate está decidida a ficar solteira. Em seus planos, depois do casamento de sua irmã, ela voltaria à Índia, onde viveria sozinha trabalhando como governanta. Como consequência de suas escolhas, ela também é julgada por outros membros da sociedade.

“São dois lados: há a bravura, a ferocidade e a força de Kate que é admirável. E eu encorajaria todas as mulheres a manter isso perto do coração, e não deixar ninguém dizer o que fazer da vida. É libertador, tira o peso dos seus ombros”, diz Simone Ashley, a Kate.

“Ao mesmo tempo, ela tem essa ideia de não casar, não ter filhos, de se proteger. Foi preciso alguém como Lady Danbury (Adjoha Andoh) para fazer ela sentar com humildade, ter o ego um pouco machucado para poder se superar e não ter tanto medo de ir atrás do que realmente quer.”

“É o que faz Kate ser um personagem tão popular nos livros. Porque ela é tão clara e direta no que ela quer fazer, e as mulheres podem ser assim. Todas as mulheres deveriam ser mais como Kate”, enfatiza Charithra Chandran, atriz que interpreta Edwina.

Treinada pela irmã para entrar na sociedade e se tornar uma nobre, a moça é inteligente, doce e educada e acredita que o amor pode florescer depois do casamento, desde que o pretendente seja minimamente tolerável. Estar nas festas da sociedade é sua prova de fogo.

“Eu gosto de comparar a busca pelo marido com as Olimpíadas. Ela treina todos os dias, se compromete a vida inteira, alimentada com a ideia de que tem apenas uma chance e, se falhar, então, todo o trabalho foi em vão. E isso definiu a sua identidade. Vejo muitas mulheres hoje nessa posição.”

Ao se ver dentro da confusão entre Anthony e Kate, as convicções que ela acreditava serem delas vão por água abaixo. Para Charithra, ‘Bridgerton’ é uma história de amor entre parceiros românticos, entre irmãos, mas também amor próprio.

“Descobrir quem você é e amar cada parte. Essa é a jornada de Edwina na temporada: ela começa bastante ingênua, presa nos moldes que outra pessoa ou a sociedade estabeleceu, e cria coragem, com a sua experiência de vida e com o que aprendeu com a irmã, para se libertar disso. É sobre amor próprio e amadurecimento.”

Além das cenas mais quentes, a trilha sonora de versões sinfônicas de sucessos do pop e do rock tem novidades. Nesta temporada, entraram “Stay Away”, do Nirvana, “You Oughta Know”, da Alanis Morissette e “Wrecking Ball”, de Miley Cyrus.

A série chama atenção ainda pela diversidade dos personagens e do elenco, como uma rainha da Inglaterra e membros da alta sociedade negros, e agora as novatas, vindas da Índia. Assim como na primeira temporada, a diversidade é normalizada e não uma questão a ser debatida dentro da trama.

“Essa representatividade é importante e a minha esperança é que seja normalizado à medida que a indústria se desenvolva e enquanto continuamos tendo esse tipo de conversa”, afirma Simone.

Para ela, essa representatividade não está apenas na cultura diferente que as irmãs apresentam, mas no relacionamento das duas, que qualquer um pode se identificar.

“Assumimos personagens tão complexos e incríveis, e criamos duas mulheres com as quais qualquer um poderia se relacionar, não apenas pela cultura mas pela relação entre elas. Penso que há algo mais profundo do que a raça que nos conecta. É a experiência humana.

Fonte: g1

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