Vladimir Putin, presidente russo, alertou para que nenhum outro país interfira na ação do país na região separatista na Ucrânia. “Quem tentar interferir, ou ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentado na história”.

Putin fez a declaração no início da madrugada desta quinta-feira (24/2), horário de Brasília. Foi quando tiveram início as operações militares no leste da Ucrânia. Nas palavras do líder russo, a ação era necessária para proteger os civis.

Ataques foram registrados em cidades de todo o país, segundo os primeiros relatos. O governo ucraniano afirma que a invasão não se resume às regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, reconhecidas pela Rússia na segunda-feira (22/2).

O presidente russo foi além do alerta: “Toda responsabilidade será do regime da Ucrânia. Todas as decisões já foram tomadas. A verdade está do nosso lado. Os objetivos serão atingidos.”

Pelo Twitter, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, se manifestou. “Putin acaba de lançar uma invasão em grande escala da Ucrânia. Cidades pacíficas ucranianas estão sob ataque. Esta é uma guerra de agressão. A Ucrânia se defenderá e vencerá.”

Por volta das 7h em Kiev (2h em horário de Brasília), as sirenes da capital começaram a tocar. O som foi o primeiro alerta para a população de um possível ataque aéreo. O aeroporto da cidade foi esvaziado e teve os voos suspensos.

Poucas horas depois, sinais de contra-ataque começaram a surgir e a imprensa internacional noticia possível reação ucraniana contra a operação militar liderada por Vladimir Putin.

Segundo a agência de notícias Reuters, militares da Ucrânia afirmaram ter abatido cinco aviões russos, além de um helicóptero, na região de Luhansk, um dos dois territórios separatistas da Ucrânia. O Ministério da Defesa da Ucrânia confirmou, por meio das redes sociais, a ação. Já a Rússia, por meio da agência de notícias RIA, negou a informação.

Início dos ataques

Em discurso televisionado, Putin disse que a ação é resposta a ameaças vindas da Ucrânia, o que ele chamou de “intolerável”. Ele acrescentou, ainda, que a Rússia não tem o objetivo de ocupar a Ucrânia, mas responsabilizou o país vizinho por qualquer possível “derramamento de sangue”.

“Simplesmente não nos deram outra opção para defender a Rússia e o nosso povo além daquela que usaremos hoje”, disse, sem precisar a magnitude da operação.

Putin também pediu aos soldados ucranianos que deponham as armas. “A verdade está do nosso lado. Os objetivos serão atingidos”, discursou.

Os Estados Unidos reagiram à notícia imediatamente e afirmaram, em nota, que o ataque da Rússia é injustificável e que o país pagará pelo que está causando ao mundo.

“Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma catastrófica perda de vidas e sofrimento humano. Apenas a Rússia é responsável pelas mortes e destruição que esse ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados irão responder de maneira unida e decisiva”, disse Biden.

Dia movimentado

O anúncio foi feito logo após Moscou declarar que as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk haviam pedido ajuda para repelir “agressões” de Kiev.

Nessa quarta-feira (23), o risco de um conflito armado também dominou os discursos da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Representantes da Rússia, Ucrânia, dos Estados Unidos, além do secretário-geral da entidade, António Guterres, falaram sobre o tema. Isso em meio a várias sanções econômicas contra os russos.

O Parlamento ucraniano atendeu ao apelo do presidente Volodymyr Zelensky e aprovou nesta quarta-feira um decreto de estado de emergência válido para todo o país pelo prazo de 30 dias.

Fonte: AgoraRN

Foto: Reprodução/Casa Branca