“Uma governadora que se limita a pagar folha salarial dos servidores públicos em dia e ainda vive mentindo para o povo, dizendo que atualizou todos os pagamentos atrasados, quando na verdade, ainda existe folha em atraso. E fica pensando que é uma grande administradora. Para mim, não passa de uma péssima gestora”. Essa foi a avaliação do delegado e empresário Sérgio Leocádio sobre a gestão da governadora Fátima Bezerra (PT) à frente do Rio Grande do Norte.

Em entrevista ao AGORA RN, Leocádio desabafou sobre o Adicional por Tempo de Serviço (ADTS) para os policiais civis no Estado. Para ele, a retirada do benefício, considerado um direito conquistado pelos trabalhadores pelo tempo de serviço público prestado ao RN, é alvo de ação do Ministério Público Estadual – que considera o benefício inconstitucional, é uma vergonha.

“Ela está querendo levar dividendos políticos criando uma crise, para chegar a uma solução. Não existe majoração nenhuma na folha de pagamento. A decisão da justiça vai ter que transformar o adicional de tempo de serviço em outro tipo de nomenclatura, para agregar isso ao salário. E Fátima está fazendo confusão. Para lá na frente, resolver um ‘problema’ que não tem que ser resolvido, afinal de contas, não vai ter crescimento na folha”, disparou.

O adicional por tempo de serviço é um benefício anual que incrementa 1% do salário nos vencimentos do servidor para cada ano de serviço. Portanto, um agente com 10 anos de serviço, por exemplo, perderia 10% de salário referente ao ADTS. Os agentes pedem a formulação de um projeto de lei para dar segurança jurídica à continuidade de pagamento do ADTS.

Além de avaliar a gestão Fátima Bezerra como “péssima”, o delegado destacou que, durante a crise da pandemia da Covid-19, quem conduziu as ações de enfrentamento ao vírus foi o governo federal e não a governadora petista. “Os recursos enviados para o Rio Grande do Norte são federais. Quem meteu o dedo na ferida e ajudou foi o presidente Jair Bolsonaro”, afirmou.

Leocádio cobrou explicações da governadora sobre a compra frustrada dos respiradores junto ao Consórcio Nordeste e o dinheiro ainda não devolvido aos cofres públicos. “O que a governadora precisa fazer é explicar sobre a compra dos respiradores e essa história do Consórcio Nordeste, que meteu a mão no dinheiro público. Só aqui no Estado o prejuízo foi de cerca de R$ 5 milhões”, afirmou.

Malas prontas para se filiar ao União Brasil

“Eu tenho a minha ideologia política de direita e não abro mão disso. Não consigo me ver em um partido de esquerda, então o União Brasil seria um caminho natural. Até por conta do ex-senador José Agripino, que é um homem sério e por quem tenho um enorme respeito por ele. Então, já tivemos boas conversas”, destacou Sérgio Leocádio, que admitiu ter tido muitas conversas com o ex-senador desde quando começou a fusão entre as duas legendas. Ele acredita que nos próximos dias terá uma definição mais clara sobre seu futuro político.

O delegado fez questão de ressaltar que tem maior apreço pelo ex-senador José Agripino. “Nós temos várias vertentes políticas no Estado e Agripino se destaca e tem todo o meu respeito”, frisou.

No entanto, Leocádio explicou que, se a deputada federal Carla Dickson (Pros) assumir o comando do União Brasil no Rio Grande do Norte, ele estará fora do partido. “Eu não desrespeito ninguém. Muito menos a deputada Carla Dickson e o marido dela, Albert Dickson, que todo mundo conhece a forma dele fazer política, mas eu não concordo e acredito que o Estado merece coisa melhor. É muito estranho que o marido dela seja aliado de Fátima Bezerra, e obviamente, de Lula. Já ela, é a favor de Bolsonaro. Não faz sentido”, ponderou.

Fonte: AgoraRN

Foto: José Aldenir