O presidente Luiz Inácio Lula da Silva( PT) se encontra com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, nesta segunda-feira (30), com o objetivo de debater sobre o retorno das operações do Fundo Amazônia, desativado em 2019. A expectativa é que o líder do governo alemão anuncie o envio de mais de R$ 170 milhões para o fundo. 

A desativação do Fundo Amazônia, voltado à captação  de doações e investimentos internacionais para o combate ao desmatamento e promoção de ações de conservação na maior floresta tropical do mundo, ocorreu durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na época, o Ministério do Meio Ambiente  decidiu de forma unilateral mudar as regras de gestão do mecanismo. 

Em contrapartida, a Noruega e Alemanha, os dois únicos países que ofereceram financiamento ao fundo, criticaram o governo Bolsonaro. Conforme argumento dos Estados, a gestão não demonstrava preocupação com a proteção da floresta e decidiu congelar os recursos, resultando na não utilização de cerca de R$ 3 milhões  para conter o desmatamento. 

Fora a pauta ligada ao Fundo Amazônia, a reunião entre Lula e o líder alemão deve contemplar o debate sobre um potencial aumento do comércio bilateral e a ratificação do acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Uma das prioridades do presidente brasikleiro, vale lembrar, é  destravar o acordo comercial com o bloco europeu. 

O acordo foi fechado em 2019, depois de mais de 20 anos de negociações, mas precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os 27 países da União Europeia e os quatro membros do Mercosul para entrar em vigor. Uma das barreiras nesse processo foi a política ambiental adotada pelo governo Bolsonaro, criticada pelos europeus por não mostrar resultados no combate ao desmatamento. A França, em especial, colocou empecilhos para que o acordo avançasse.

Agora, com a eleição de Lula, cria-se uma perspectiva mais otimista para esse avanço.Durante uma visita a Buenos Aires, no último sábado (28), Scholz defendeu com ânimo o acordo. Ao lado do presidente argentino, Alberto Fernández, ele disse que “o acordo com o Mercosul tem importância essencial”. E cobrou pressa: “nosso objetivo é chegar a uma conclusão rápida”, afirmou o chanceler alemão.

O presidente das Câmaras Alemãs de Indústria e Comércio, Peter Adrian, também pediu a ratificação do acordo comercial com urgência. Segundo ele, isso seria positivo para os dois blocos.

Scholz viaja ao Brasil com uma grande delegação de empresários alemães, que serão recebidos em outra reunião por Lula. O objetivo dos alemães é estreitar as relações e ampliar o comércio bilateral e os investimentos no país. No momento, mais de mil empresas alemãs atuam no Brasil, incluindo gigantes dos setores automobilístico e químico.

Fonte: Tribuna do Norte

Foto: Christoph Soeder/POOL/AFP