Embora esteja bem mais perto do rebaixamento para Série C, que conquistar a salvação nos últimos 12 jogos da equipe na Série B do Brasileiro, o presidente Bira Marques disse que, ao trocar Allan Aal por Argel Fuchs, a diretoria sinaliza que mantém a esperança intacta na possibilidade de o clube se manter na divisão de clubes emergentes. A esperança encontra apoio na certeza de que na atual temporada, o sarrafo para atingir a margem de salvação estará bem mais baixo do que nas edições anteriores.

O novo comandante, por sua vez, chega prometendo trabalhar bastante para fazer com que sua nova equipe encontre o caminho das vitórias, pois sabe que este é o único caminho para livrar o clube do desastre e também para fazer ele ou qualquer outro treinador do mercado brasileiro se manter no cargo.

“O resultado, no Brasil, é a única coisa que garante a manutenção de um treinador no cargo. Chegamos para promover um plano de emergência dentro do ABC de 12 partidas e confesso que me sinto bem e que gosto de trabalhar da forma como encontrei o clube. Onde existem dúvidas sobre a capacidade dos jogadores e a equipe se encontra virtualmente rebaixada. Gosto desse desafio”, disse o novo treinador.

Em relação a pressão que a torcida vem exercendo sobre a equipe, tanto o treinador quanto o presidente alvinegro ressaltaram que na situação na qual o time se encontra, ela é perfeitamente normal, pois geral mesmo insatisfação. Dirigente e técnico só desaprovam quando o protesto na arquibancada se transforma em agressões às pessoas que estão trabalhando, não estão fazendo corpo mole e também estão sofrendo igual ou mais que qualquer abecedista.

Argel reforçou que é católico, acredita em milagre, mas ressalta que as graças divinas só alcançam aqueles que trabalham com afinco atrás de seus objetivos. É justamente com este propósito que o novo comandante alvinegro decidiu mudar o horário de treinos, que agora será realizado logo no início da manhã.

“Nossos trabalhos vão passar a iniciar logo nas primeiras horas do dia. Vinha acompanhando os jogos do ABC e vejo que o time tem atuado bem. Contra o Botafogo-SP, merecia até ter deixado o campo com a vitória, bem como merecia vencer o Sampaio Corrêa, mas as vitórias não ocorreram. Então, por acreditar que Deus só abençoa quem trabalha, nós vamos passar a trabalhar mais que os nossos adversários, pois o que foi feito até aqui não vem funcionando e o clube já está há onze jogos sem vencer”, afirmou.

Coincidentemente, Argel Fuchs assumiu o comando do ABC justamente no mesmo dia em que completou 49 anos de idade. Ele disse ter recebido um verdadeiro presente, mas sabe que terá muito trabalho pela frente para evitar que o comando abecedista não acabe se transformando num “presente de grego”.

“Tenho 26 anos como profissional de futebol sendo que 16 deles foram apenas como treinador. Tive a oportunidade de comandar mais de 150 partidas na Série A, trabalhei a primeira vez em Natal comandando o América dez anos atrás e chegou para o ABC hoje bem mais experiente, com título em três estados diferentes e posso dizer que chego a um clube que sempre tive vontade de trabalhar. Já enfrentei o ABC em várias ocasiões e sempre enfrentei dificuldades. O clube sempre se mostrou forte, também admiro o amor que o torcedor tem por essa instituição e minha missão aqui é vencer”, ressaltou Argel Fuchs, que quinta-feira (7) começa a colocar seu trabalho verdadeiramente à prova, diante da Tombense, em Minas Gerais.

Fonte: Tribuna do Norte

Foto: Adriano Abreu