Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que ocorram 300 a 400 mil casos anuais de infarto, e a cada 90 segundos uma pessoa no Brasil morre de alguma doença cardiovascular. Embora a taxa de mortalidade por infarto tenha caído de 8,3% para 6,9% em 2023, os casos da doença ainda preocupam os médicos cardiologistas, pois as doenças cardiovasculares são as que mais matam no Brasil, e o infarto agudo do miocárdio é a maior causa de morte no país. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgou em 2023 que o Brasil teve aumento de 62% nas mortes de mulheres entre 15 e 49 anos por infarto, de 1990 para 2019. Mas os homens ainda tendem a ter mais risco de sofrer um ataque. Um exemplo de infarto em jovem é o da Alline Castro de 18 anos, que sofreu um infarto fulminante no domingo (7). Alline morava em Pau dos Ferros/RN.


A presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC/RN), Carla Karini Costa, explica que mesmo com o aumento de jovens sofrendo de infarto agudo do miocárdio, os homens de 55 anos são os mais vulneráveis, inclusive os que não fazem consulta de rotina, comem muita gordura, não praticam exercício físico e usam tabaco. A incidência em mulheres costumava ser mais presente no período de menopausa.


A consulta de rotina ajuda a saber se o paciente tem algum risco de sofrer um ataque e evitar grandes danos à saúde. “É muito importante mudar a alimentação. A maioria dos infartos acontecem por aterosclerose, ou seja, a formação de placas de gordura dentro dos vasos das artérias conárias. Por isso, é importante ir ao cardiologista para saber como é que estão os níveis de colesterol, glicose, peso e pressão arterial”, reforça.


Os principais sintomas da doença são dores ou desconforto no peito, e essa sensação pode chegar nas costas, rosto e braço esquerdo. Entre os fatores mais presentes em pessoas com risco de ataque cardíaco estão: tabagismo, sedentarismo, má alimentação, colesterol alto e altos níveis de estresse. Por isso, para prevenir a doença é indicado ter cuidado com a rotina de alimentação, fazer exercícios físicos e não consumir produtos com nicotina.


Carla Karini afirma que o aumento de casos em jovens está relacionado com os hábitos de vida. “Então, obesidade, sedentarismo, estresse, tabagismo e uso de drogas levou o crescimento de infartos ao longo dos anos”, conta a médica.


Em relação aos exercícios físicos, a medica sugere que todos procurem algum tipo de esporte que se identifiquem para ter mais resistência física e zelar pelo coração. “Com a pandemia da Covid-19, muitas pessoas deixaram de praticar atividades físicas, criaram hábitos que eram lesivos ao coração, como a alimentação mais gordurosa, muita gente aumentou o uso do cigarro, da bebida alcoólica. O próprio estresse de uma pandemia que matou milhares de pessoas ao redor do mundo fez com que as doenças cardiovasculares aumentassem”, diz.


As sequelas que um ataque cardíaco pode deixar são insuficiência cardíaca e das válvulas, arritmias cardíacas que são fatais e ruptura do miocárdio. O cérebro também pode ser afetado com a perda de memória. ”Quanto mais rápido for feito o diagnóstico e o tratamento, que vai desde a fibrinólise até uma angioplastia”. A médica explica que na fibrinólise o paciente recebe um fibrinolito com uma medicação na veia para dissolver o coágulo, enquanto a angioplastia é um procedimento onde a pessoa é submetida a abrir artéria.


Se houver uma demora na procura por um diagnóstico, as células cardíacas tendem a morrer, porque falta sangue e oxigênio nessas células do miocárdio. “Assim formam cicatrizes no músculo cardíaco que levam à insuficiência cardíaca. Até a parede muscular morre e sem ela, o coração não bate bem. Dessa forma, os doentes podem morrer”, completa.

Fonte: Tribuna do Norte

Foto: Divulgação