Nesta quinta-feira, 8, a Polícia Federal realizou a Operação Tempus Veritatis, ou “hora da verdade”, que resultou na prisão de dois aliados do ex-presidente Bolsonaro. A operação visa desmantelar uma “organização criminosa” que teria agido para manter Bolsonaro no poder através de um golpe de Estado e a abolição do Estado Democrático de Direito. Em um relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, a PF revelou que Bolsonaro recebeu uma minuta de decreto para executar um golpe de Estado, envolvendo a prisão de autoridades. A primeira versão do documento incluia os ministros do STF, Alexandre de Moraes e Gilmas Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e determinava a realização de novas eleições. Segundo a investigação, a minuta detalhava supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e foi entregue pelos assessores Filipe Martins e Amauri Feres Saad.


Batizada de Operação Tempus Veritatis, ou “hora da verdade”, o nome faz referência à articulação golpista para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições de 2022 , com o objetivo de “viabilizar e legitimar” uma intervenção militar. Ou seja, o grupo se dividiu em núcleos para disseminar notícias falsas sobre fraude eleitoral e invalidar a vitória de Lula nas urnas.


Segundo a PF, outro núcleo de ação investigado atuava na preparação para realizar um golpe de Estado, “com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais em ambiente politicamente sensível”.


Alvos da operação da quinta-feira foram citados pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que teria afirmado à PF que Bolsonaro atuou diretamente na discussão da elaboração de um decreto golpista com objetivo de impedir a troca de governo após as eleições de 2022. Segundo o ex-ajudante de ordens, Bolsonaro chegou até a pedir alteração em uma minuta de documento que determinava a prisão de autoridades e a realização de novo pleito no país.

MINUTA
A Polícia Federal encontrou, nesta quinta-feira, 8, na sede do Partido Liberal (PL) em Brasília, na sala do ex-presidente de Jair Bolsonaro, uma minuta de golpe. No documento, continha supostas razões para decretar “estado de sítio” no país. Nas redes sociais, o advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, se manifestou sobre o assunto. “Tal documento apócrifo em tese é encontrado na sede do partido. Padrão do documento não condiz com as tradicionais e reconhecidas falas e frases do Presidente. Tal conteúdo escrito depende mandatóriamente de ação conjunta de outros poderes. Não tem limite a vontade de tentar trazer o Presidente Jair Bolsonaro para um cenário político que ele jamais concordou”, escreveu. Em 2023, uma minuta de golpe, com orientações para mudar o resultado da eleição, foi encontrada na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. O documento tinha como objetivo decretar estados de defesa no prédio do TSE.

Valdemar Costa Neto é preso

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, foi preso em flagrante nesta quinta-feira, 8, pelo porte de arma ilegal. Segundo informações preliminares, uma arma ilegal foi encontrada em um endereço ligado ao político durante diligências da Polícia Federal. A informação é do repórter Bruno Pinheiro, da Jovem Pan News. Como o site da Jovem Pan antecipou, Valdemar está entre os alvos da Operação Tempus Veritatis, que investiga organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Os mandados contra o presidente do partido de Jair Bolsonaro (PL) eram de busca e apreensão. Contudo, ao constatar a arma ilegal, os agentes deram voz de prisão em flagrante.


Além de Valdemar, também são alvo da operação da PF militares, ex-ministros do governo anterior e aliados de Bolsonaro o ex-presidente Jair Bolsonaro, como o general Augusto Heleno; general Walter Souza Braga Netto, o ex-ministro Anderson Torres, entre outros. Segundo a corporação, o objetivo do grupo investigado era “obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder”. São cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares. O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados.

Fonte: Tribuna do Norte

Foto Lula Marques/ Agência Brasil.