A safra agrícola de 2022 deve totalizar um recorde de 278 milhões de toneladas, 25,2 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2021, um aumento de 10,0%. Os dados são do segundo Prognóstico da Produção Agrícola, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é 7,3 milhões de toneladas maior que o previsto no primeiro prognóstico, um aumento de 2,7%.

Em relação ao levantamento de outubro, houve alta de 0,6% na estimativa para a safra deste ano, o equivalente a 1,6 milhão de toneladas a mais. Esse aumento deve-se, principalmente, às altas previstas na produção da soja (3,4% ou 4 512 381 toneladas), milho 1ª safra (13,9% ou 3 557 979 toneladas), milho 2ª safra (28,4% ou 17 752 446 toneladas), algodão herbáceo em caroço (4,3% ou 253 505 toneladas), sorgo (12,2% ou 291 089 toneladas), feijão 1ª safra (10,7% ou 124 510 toneladas) e feijão 2ª safra (4,0% ou 40 773 toneladas). Aguarda-se declínios da produção do arroz (-4,2% ou 490 170 toneladas), feijão 3ª safra (-0,9% ou 5 210 toneladas) e trigo (-8,5% ou 666 004 toneladas).

Com relação à área prevista, apresentam variações positivas a soja em grão (2,7%), o milho em grão 1ª safra (3,3%), o milho em grão 2ª safra (4,2%), o algodão herbáceo em caroço (3,1%), o feijão 1ª safra (0,4%) e o feijão 3ª safra (1,3%), e variações negativas para o arroz em casca (-0,4%), o sorgo (-0,4%) e o trigo (-2,0%).

Essa 2ª estimativa para a safra a ser colhida em 2022 é passível de retificações no próximo levantamento (3º Prognóstico), assim como durante os acompanhamentos da safra que serão realizados durante todo o ano de 2022.

Já a safra prevista para 2021 será de 252,8 milhões de toneladas, 0,5% menor que a do ano anterior, 1,4 milhão de toneladas a menos, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de novembro, também divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE.

Para a soja, a estimativa de produção foi de 134,3 milhões de toneladas. Para o milho, a estimativa foi de 88,1 milhões de toneladas (25,6 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 62,5 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A estimativa para o arroz foi de 11,6 milhões de toneladas; a do trigo,7,8 milhões de toneladas e, a do algodão (em caroço), 5,8 milhões de toneladas.

Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,3%, seguido pelo Rio Grande do Sul (14,9%), Paraná (13,1%), Goiás (10,0%), Mato Grosso do Sul (7,5%) e Minas Gerais (6,0%), que, somados, representaram 79,8% do total nacional. Com relação à participação das regiões brasileiras, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (46,1%), Sul (30,4%), Sudeste (9,9%), Nordeste (9,1%) e Norte (4,5%).

As variações positivas nas estimativas da produção, ante o mês anterior, foram em Goiás (2 122 006 t), Rondônia (64 688 t), Bahia (35 000 t), Pará (13 907 t), Piauí (12 083 t), Maranhão (578 t), Espírito Santo (402 t) e Rio Grande do Norte (333 t). As quedas ocorreram no Mato Grosso do Sul (-314 437 t), Santa Catarina (-112 969 t), Mato Grosso (-92 511 t), Paraná (-51 500 t), Minas Gerais (-49 780 t), Paraíba (-17 833 t), Sergipe (-4 198 t), Ceará (-572 t) e Rio de Janeiro (-150 t).

Prognóstico da Conab prevê alta de 15,1% em 2022
Um outro prognóstico, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), também divulgado nesta quinta-feira (9) apontando que a safra 2021/22 pode atingir 291,07 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 15,1% (38,3 milhões de toneladas a mais) ante a temporada 2020/21. Em comparação com a pesquisa anterior, de outubro, essa terceira estimativa é 0,4% (1,27 milhão de toneladas) maior.

A Conab destaca em comunicado que foi registrado grande volume de chuva em outubro, ultrapassando a média em diversas localidades, principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e no Matopiba (acrônimo formado com as iniciais dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), o que favorece o desenvolvimento das culturas de 1ª safra. “No entanto, no Sul do País, a chuva registrada não foi suficiente para atingir a média em grande parte da região”, pondera a Conab.

O crescimento da produção acompanha a elevação da área plantada. Segundo a estatal, os agricultores brasileiros destinarão cerca de 72 milhões de hectares para o plantio dos grãos, incluindo culturas de 1ª, 2ª e 3ª safras, aumento de 4,3% sobre o período 2020/21 (69 milhões de hectares).

Soja e milho continuam como os dois principais produtos que puxam o bom resultado. Para a oleaginosa é esperada uma ampliação de 3,7% na área a ser semeada, para 40,3 milhões de hectares. A produtividade tende a se manter próxima à obtida na safra anterior, estimada atualmente em 3.539 kg/ha. Com isso, é esperada uma colheita de 142,79 milhões de toneladas, mais 4% ante a safra anterior (137,32 milhões de toneladas), desempenho que mantém o País como o maior produtor mundial de soja.

No caso do milho, a expectativa de crescimento é de 34,6% na produção total, com um volume previsto em 117,2 milhões de toneladas. “O alto porcentual reflete a recuperação nas produtividades, principalmente da segunda safra do cereal, que teve impacto negativo no ciclo 2020/21 pelas adversidades climáticas registradas”, diz a Conab. A primeira safra de milho está projetada em 29,07 milhões de toneladas (mais 17,6% ante 2020/21, que foi de 24,7 milhões de toneladas).

A expectativa é de crescimento também na área de plantio do algodão. A previsão é que o cultivo ocorra em uma área de 1,49 milhão de hectares, resultando em um aumento da produção. Na colheita da pluma é esperado um aumento de 10,7% em comparação com a safra 2020/21 (2,36 milhões de toneladas), alcançando 2,6 milhões de toneladas.

Para o feijão, a Conab espera um aumento na produção impulsionada pela melhora na produtividade das lavouras. Mesmo com a expectativa de menor área semeada, somando-se as três safras, os produtores da leguminosa deverão colher 3,1 milhões de toneladas (mais 9% ante 2020/21, que foi de 2,88 milhões de toneladas).

Já para o arroz, a estimativa é de manutenção da área de cultivo com uma leve queda na produção de 2,5%, ficando em torno de 11,46 milhões de toneladas ante 11,75 milhões de t na temporada anterior. Em fase final de colheita, o trigo está com produção estimada em 7,8 milhões de toneladas, um novo recorde para o país. Na safra 2020, a produção trigo atingiu 6,23 milhões de toneladas.

Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Wanderson Araújo