O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta sexta-feira 20 com os comandantes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, José Múcio, após ter manifestado desconfiança em militares responsáveis pela segurança da sede do Executivo federal durante os atos terroristas em 8 de janeiro. O encontro aconteceu no Palácio do Planalto e durou cerca de 2h30.

Participaram do encontro o general Júlio Cesar Arruda, comandante do Exército; almirante Marcos Sampaio Olsen, da Marinha; tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, da Aeronáutica; os ministros José Múcio (Defesa) e Rui Costa (Casa Civil), além do presidente da Fiesp, Josué Gomes.

Depois da reunião, Rui Costa recebeu os comandantes, o ministro da Defesa, o presidente da Fiesp e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, para um almoço em seu gabinete.

A ideia do encontro é virar a página do desgaste sofrido pelas Forças Armadas durante os ataques terroristas em Brasília, tratando de demandas específicas de cada Força, em uma tentativa de empregar uma agenda positiva. Por isso, oficialmente, a pauta da reunião será sobre projetos de modernização.

O governo tem planos de usar as Forças em projetos de ciência, tecnologia, geração de emprego e formação de mão de obra, aumentando investimentos no Exército, Marinha e Aeronáutica. Cada comandante deverá mostrar ao presidente um relatório com demandas e diagnósticos da sua área. O material foi solicitado por Lula na primeiro encontro que ele teve com os novos comandantes, em 16 de dezembro.

PUNIÇÃO A GOLPITAS

Depois da reunião, José Múcio afirmou que, no entendimento dele, não houve envolvimento “direto” das Forças Armadas nos atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília. Ele disse também que os comandantes das Forças Armadas concordam com punições a militares que tenham participado dos atos.

“Eu entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Agora, se algum elemento individualmente teve sua participação, ele vai responder como cidadão”, disse o ministro da Defesa.

“Os militares estão cientes e concordam que nós vamos tomar as providências. Evidentemente que, no calor da emoção, nós precisamos ter cuidado para que essas acusações sejam justas, para que as penas sejam justas. Mas tudo será providenciado em seu tempo”, acrescentou.

Fonte: AgoraRN

Foto: ricardo stuckert / pr