A Polícia Federal (PF) foi às ruas, na manhã desta sexta-feira, (27), para cumprir a terceira fase da Operação Lesa Pátria, que tem como alvos suspeitos de envolvimento nos atos criminosos de 8 de janeiro em Brasília. Até o momento, cinco pessoas já foram presas – duas aconteceram em Minas Gerais, uma em Santa Catarina, uma no Paraná e uma no Espírito Santo.

No total, foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) 11 mandados de prisão preventiva. Além dos cinco já cumpridos, restam dois a serem cumpridos no Distrito Federal, um no Rio de Janeiro e outros três no Espírito Santo.

Os policiais também cumprem 27 mandados de busca e apreensão nos estados de Santa Catarina (1), Distrito Federal (4), Rio de Janeiro (9), Paraná (1), Espírito Santo (8) e Minas Gerais (4).

Os investigados pelas autoridades são acusados dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido, segundo a PF.

O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), se pronunciou sobre a operação no Twitter: “A autoridade da lei é maior do que os extremistas.”

Também pela rede social, o interventor na Segurança Pública do Distrito Federal (DF), Ricardo Cappelli, respondeu ao ministro: “A lei será cumprida.”

Há expectativa para que Cappelli entregue nesta sexta um relatório sobre os ataques de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) às sedes dos Três Poderes.

Operação Lesa Pátria

A operação cuja terceira fase está sendo realizada pela PF nesta sexta foi deflagrada exatamente há uma semana, com o intuito de identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos criminosos de 8 de janeiro em Brasília

Inicialmente, os policiais foram às ruas para cumprir oito mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão em todo o país.

A Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas. A PF disponibiliza o e-mail denuncia8janeiro@.pf.gov.br para receber denúncias sobre os participantes dos atos criminosos.

Um integrante da Polícia Federal (PF) disse à CNN que a Operação Lesa Pátria é a “primeira de muitas” contra golpistas e criminosos que participaram dos atos do dia 8 de janeiro. As informações são de Daniela Lima, âncora da CNN.

O agente afirmou que não querem que “essa gente durma tranquila”, fazendo das ações um trabalho permanente.

Entre os primeiros presos estavam bolsonaristas como Ramiro Junior, de 49 anos, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros.

Ramiro Junior foi candidato a deputado federal por São Paulo pelo PL (Partido Liberal) nas eleições de 2022. Com 4.542 votos, ele ficou como suplente da Câmara dos Deputados.

Ainda na casa de Ramiro, os policiais encontram uma bandeira com os seguintes dizeres: “Caminhoneiros vão parar! Não reconhecemos mais os membros do STF, STJ, TSE e Congresso. Basta! Sem eles o Brasil cresce. Houve fraude sim. TSE adulterou os votos. Pedimos apoio do povo. Se tiver lockdown, a rodagem para!”.

No Distrito Federal, a PF prendeu Renan Silva Sena, demitido do Ministério dos Direitos Humanos em maio de 2020, após divulgar um vídeo com ofensas e autoridades. Com ele, os policiais localizaram R$ 22 mil.

A casa de Renan Sena estava trancada e teve o portão arrombado por agentes para o cumprimento de mandado de busca e apreensão.

Fonte: Tribuna do Norte

Foto: Gabriela Biló/Folhapress