No Rio Grande do Norte, o número de casamentos entre cônjuges femininos registrado no civil passou de 20 em 2013 para 101 em 2021. Nesse mesmo período, também houve aumento de casamentos entre cônjuges masculinos, porém, em menor quantidade. Foram 15, em 2013, e 49, em 2021, segundo dados do IBGE.

Esse período de maior procura pelo registro civil de casamentos homoafetivos coincide, também, com os dez anos da decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que obrigou os cartórios de todo o país a celebrar casamentos homoafetivos. A decisão passou a valer em 2013 e quase uma década depois, o número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo quadruplicou no Brasil. Os dados nacionais levantados até ano passado mostram que enquanto no primeiro ano de vigência foram feitas 3.700 celebrações, em 2022, já eram quase 13 mil (12.987), segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, que representa os cartórios.

Na união de Gláucia e Brígida a validação do registro civil no cartório foi o menos importante. Elas se casaram em setembro do ano passado, mas apenas numa cerimônia religiosa para evitar mais burocracia em um negócio que estão abrindo. As duas se conheceram numa roda de samba no bar da Nazaré, no tradicional Beco da Lama, no centro de Natal (RN). E quem vê a desenvoltura das parceiras de palco hoje em dia, nem imagina que foram necessários longos três meses de samba e poesia até que elas conseguissem trocar os números de telefone entre si.

“Nos conhecemos muito naturalmente, eu sempre ia pra esse grupo de samba, conhecia a formação, gostava deles e Gláucia entrou para o grupo. Começamos a paquerar… aquela coisa, foram três meses só pra pedir número!“, conta Brígida Paiva, produtora, sem conseguir conter o riso.

Fonte: Blog do Silvério Filho