Ontem, 8, o rompimento entre Álvaro e Rogério ganhou um capítulo novo.

Em entrevista à 97FM, o prefeito apresentou documentos que, segundo alega, comprovariam que Rogério agiu para que Natal deixasse de receber convênios cuja soma corresponderia a, aproximadamente, R$ 40 milhões.

Hoje, 9, durante o programa Meio Dia RN, da 96FM, BG comentou o assunto.

Começou tratando a questão como uma estratégia do prefeito, de cargos comissionados e “portais que têm verbas generosas da prefeitura”.

À flor da pele, chamou Álvaro de mentiroso e defendeu Rogério, tratando a este como vítima da ingratidão do prefeito.

BG foi eloquente, ao ponto de fazer com que poucos dos que escutavam seu discurso acalorado percebessem que ele não falava a verdade.

De fato, Bolsonarista Giovanni chamou o prefeito de mentiroso sob o argumento de que o valor dos convênios não estava sequer empenhado, motivo pelo qual, em seu raciocínio, Rogério não teria agido para boicotá-los. Não se boicota o pagamento de algo que não pode ser pago, ainda mais levando em conta que Marinho não era mais ministro à época.

Ocorre que o argumento pressupõe, equivocada ou maliciosamente, que o governo Bolsonaro respeitava a lei, bem como pressupõe, inocente ou maliciosamente, que Rogério, senador eleito e homem forte do governo e do MDR, caso quisesse, não teria em suas mãos meios de boicotar os recursos.

BG sabe, como qualquer analista político mediano, que se Rogério quisesse brecar os recursos federais teria condições políticas de fazê-lo, estando ou não empenhados, estando ele ou não à frente do MDR.

Por isso, se os documentos não são suficientes para provar que Rogério brecou, também não o são para provar que Álvaro é mentiroso.

Por outro lado, sabendo que o BG tem conhecimento disso, é possível afirmar que, ao tratar tais circunstâncias como inexistentes, deixou de falar a verdade, sendo razoável a ele aplicar o adjetivo que atribuiu ao prefeito.

BG agiu como o pai relatado no clássico “Traumas”, de Roberto Carlos:

“Meu pai um dia me falou


Pra que eu nunca mentisse


Mas ele também se esqueceu


De me dizer a verdade.”

Fonte: Blog do Silvério Filho