A vereadora de Natal, Brisa Bracchi (PT), tornou público nesta quarta-feira 11 uma ameaça de estupro que recebeu por e-mail. Ela fez a denúncia tanto nas redes sociais quanto durante um pronunciamento na Câmara Municipal. A mensagem foi enviada por uma plataforma anônima e assinada pelo pseudônimo Astolfo Bozzônio Rodrigues.

A mensagem enviada descreve um cenário de abuso sexual, menciona o conhecimento do endereço da vereadora e sugere a prática do que o autor chama de “estupro corretivo” como forma de “curar” a homossexualidade, uma vez que Brisa Bracchi é publicamente lésbica.

O autor do e-mail justifica o ato como um “estupro corretivo terapêutico” e afirma que isso é uma “terapia comprovadamente eficaz para curar a homossexualidade, já que ser lésbica é considerado uma aberração”.

Diante dessa ameaça, a vereadora anunciou sua intenção de relatar o incidente às autoridades policiais, tanto à Polícia Civil quanto à Polícia Federal. Ela também solicitou um reforço na segurança nas instalações da Câmara, principalmente em torno de seu gabinete, visando sua proteção. Brisa afirmou: “Não apenas repudiamos, mas estamos comprometidos em levar essa pessoa criminosa à justiça.”

No púlpito da Câmara Municipal, Brisa Bracchi expressou: “Isso é uma ameaça contra mim, minha integridade pessoal, meu mandato, mas sem dúvida, é uma ameaça que atinge todos os parlamentares. É uma ameaça contra uma mulher, uma indivíduo, mas também uma tentativa de nos paralisar, sugerindo que não deveríamos estar neste espaço. Querem nos dizer que este espaço não nos pertence, que eu preciso ser ‘curada’…”

Logo após seu relato, diversos colegas vereadores, incluindo Bispo Francisco de Assis (Republicanos), Anderson Lopes (PSDB), Eribaldo Medeiros (Rede), Felipe Alves (União Brasil), Luciano Nascimento (PTB), Daniel Valença (PT) e Robério Paulino (PSOL), manifestaram solidariedade à vereadora Brisa.

Nas redes sociais, Brisa Bracchi reforçou sua posição: “Essa atitude covarde não é novidade: diversos parlamentares feministas e membros da comunidade LGBT têm enfrentado esse tipo de ameaça. Contudo, isso não minimiza a seriedade desse ato e seu impacto em mim, como parlamentar e mulher. Apesar de tudo, não seremos silenciados! Continuaremos nossa luta por um mundo livre da LGBTfobia e do machismo heteropatriarcal. Tomaremos todas as medidas possíveis para identificar o autor e evitar que isso ocorra novamente. Não nos calarão!”

Fonte: AgoraRN