A Companhia Potiguar de Gás (Potigás), uma das principais indutoras do desenvolvimento econômico do Rio Grande do Norte, vai dobrar a sua capacidade de investimentos para os próximos três anos. Em média, serão investidos cerca de R$ 50 milhões de recursos próprios, dos quais R$ 26 milhões serão direcionados à expansão do gasoduto que sai de Mossoró, dentro do projeto Polo Gás Sal. Ao todo, a empresa já está presente em seis municípios do Estado fornecendo infraestrutura para distribuição de gás canalizado. No ano em que completa 30 anos de história, sua projeção é chegar ao município de Areia Branca.


Fundada em novembro de 1993, através da Lei Estadual nº 6502/1993, a Potigás hoje está presente nas cidades de Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Goianinha e Mossoró. Apenas no mês de setembro, a empresa alcançou o número de 40.652 clientes do setor residencial, sendo 35.547 distribuídos na Grande Natal e 5.105 de Mossoró. No eixo comercial, incluindo os dados de ambas regiões, foram 889 clientes atendidos. Reunindo os dados de outros setores, a soma chega a 41.635.


Para a presidente da Potigás, Marina Melo, o gás fomenta o desenvolvimento econômico na medida em que atrai mais indústrias e comércios. Dessa forma, além de chegar nas cidades, a empresa precisa trabalhar na ramificação da rede local para atender novos clientes. Ao todo, a companhia contempla quatro segmentos: comércio, residência, indústria e veículo. No caso deste último, a empresa detém o maior mercado potiguar, mas a maior parte dos clientes estão no setor residencial com os condomínios verticais.


Em termos de mercado, todas as práticas estão em consonância com o estabelecido pela Agência Reguladora de Serviços Públicos (Arsep). A representante da companhia esclarece, no entanto, que o preço do gás comprado para realizar a entrega é livre e sofre variações como quaisquer outras commodities (produtos globais não industrializados), como preço do petróleo e do gás. “A Potigás constrói infraestrutura. A gente vende o gás, mas esse não é o nosso principal negócio e o preço dele não está em nossas mãos. Nós já compramos e fazemos a entrega junto com a margem da companhia”, ressalta.


Uma das estratégias da Potigas, por outro lado, é buscar pelos menores preços possíveis. Até 2021, a entidade comprava gás apenas da Petrobras, mas depois realizou uma chamada pública para aquisição de gás de outras supridoras, permitindo um melhor preço ao mercado mediante a parceria com outras duas empresas. Para 2024, uma nova chamada também foi realizada para a contratação de novos supridores.


Segundo Marina Melo, desde 2022, a Potigás está buscando fortalecer seu planejamento estratégico e plano de negócios. “A gente passou a montar um grupo de trabalho que analisa tanto nosso potencial comercial quanto nosso cálculo regulatório. A partir disso, vimos que poderíamos investir mais. Então para os próximos três anos, a Potigás está dobrando sua capacidade de investimentos”, destaca. O projeto Polo Gás Sal foi pensado em conjunto com o Governo do Estado, sócio da Potigás, e a Federação das Indústrias do Estado (Fiern).


A presidente da Potigás esclarece que a iniciativa vai expandir o gasoduto que sai de Mossoró até a região de Areia Branca para alcançar, sobretudo, a região salineira, atendida por gás liquefeito de petróleo (GLP). Os serviços iniciam em 2024 e terminam em 2026. Com a finalização da primeira etapa já no próximo ano, o primeiro cliente (uma salina) já será conectado ao gasoduto, que até o fim dos serviços vai contar com 46 km.


“A conjugação do gás natural e do sal gera um potencial econômico muito grande”, pontua Marina Melo. Isso porque até o momento, por exemplo, as empresas da região só conseguem retirar o cloreto de sódio das salinas. A matéria-prima, contudo, apresenta outros produtos minerais que não são aproveitados devido à falta de um combustível que possibilite isso. Dessa forma, com o gás natural, é possível ter um controle da energia que será voltada à produção dos outros subprodutos a partir do sal.


A interiorização do gás natural, observada nas ramificações da Potigás e no novo projeto, é uma das prioridades. Além de Areia Branca, nesse sentido, a empresa espera chegar a Tibau do Sul. “No projeto de Pipa, nós temos duas possibilidades: a construção de uma rede local para abastecer com gás natural comprimido (GNC) ou realizar um projeto de biogás”, aponta.

Fonte: Tribuna do Norte

Foto: Magnus Nascimento