América-MG está matematicamente rebaixado para a Série B. O Coelho precisava vencer o Coritiba nesta quarta-feira, mas perdeu por 3 a 0, sacramentando o descenso para a segunda divisão. Diversos fatores ao longo do ano, mesmo antes do Brasileiro, influenciaram neste desfecho. O ge separou cinco explicações para a queda.

Sistema defensivo

A defesa americana vem sendo um ponto negativo para a equipe desde o começo do Campeonato Brasileiro. Ainda restando cinco rodadas para o fim, são 69 gols sofridos pela defesa americana, a pior da competição.

A situação defensiva é complicada desde o início do Brasileirão. O América foi a pior defesa da história do primeiro turno do Brasileirão, desde que a competição começou a ser disputada por 20 times, em 2006. A equipe americana encerrou o turno com 42 gols sofridos, empatado com o América-RN de 2007.

Falha na formulação do elenco

O América teve uma grande reformulação no elenco para este ano. Foram 13 contratações para a temporada ao longo de 2023. Muitos destes reforços pouco atuaram pela equipe mineira. Os goleiros Aguerre e Pasinato, os zagueiros Burgos e Wanderson, o lateral Daniel Borges, os meias Javier Méndez e Cazares, e os atacantes Pedrinho, Paulinho Bóia, Varanda, Kayzer e Mikael foram contratados para esta temporada.

Aguerre, Burgos, Javier Méndez, Mikael, Kayzer e Paulinho Bóia são exemplos de pouca utilização. Nenhum destes atletas teve mais do que 10 jogos no ano. Dos contratados, nenhum é considerado titular da equipe neste momento de dificuldade. Alguns nem são relacionados por opção técnica.

Um exemplo do planejamento equivocado na reformulação do elenco está relacionado aos goleiros. O América utilizou os quatro da posição nesta temporada. Cavichioli iniciou como titular e perdeu a vaga para Pasinato, que chegou neste ano. Após falha na Sul-Americana, o goleiro perdeu a titularidade para o retorno de Cavichioli.

Aguerre foi utilizado em duas partidas, quando o titular estava fora por questões médicas. O uruguaio perdeu a quando Cavichioli retornou. O camisa 1 estava recebendo críticas por falhas e perdeu novamente a titularidade. Desta vez para Jori, que era quarto goleiro do elenco e, agora, é o dono da posição.

Polêmicas da diretoria

Ao longo do ano, a diretoria americana foi cercada por algumas polêmicas. As chegadas de Pedrinho e Marcinho geraram incômodo em uma parte da torcida americana. Na chegada do lateral, houve a campanha #MarcinhoNão nas redes sociais. O atleta é réu por duplo homicídio, após atropelar e matar duas pessoas no Rio de Janeiro. Na apresentação, o Presidente da SAF do América, Marcos Salum, defendeu o lateral e disse: “Quem não errou na vida?”.

Pedrinho, que já havia passado pelo América, começou o ano vestindo a camisa do São Paulo, de onde foi demitido após denúncia de agressão à namorada. Ambos os atletas estão emprestados ao América até o fim deste ano e não devem seguir em 2024.

Outra situação que gerou incômodo na torcida foi a grande liberação de carga de ingressos para torcidas visitantes. Nas partidas contra o Vasco e Botafogo, o América liberou uma carga maior para as torcidas adversárias. Nos dois jogos, os visitantes atuaram com maior número de torcedores do que os mandantes, parecendo que estavam jogando em casa.

Venda de mandos também não agradaram a parte da torcida. O América vendeu os mandos de campo contra Atlético e Flamengo para Uberlândia, no Parque do Sabiá. O clássico já foi disputado, a partida contra os cariocas ainda está por vir.

Troca de técnico

O América está no segundo treinador na temporada. Fabián Bustos assumiu o comando do Coelho em agosto, estreando na derrota para o Goiás por 1 a 0. Vagner Mancini foi o antecessor do treinador argentino. O brasileiro deixou a equipe na lanterna do Brasileirão, com 10 pontos em 18 partidas.

Apesar do bom início no Mineiro, Copa do Brasil e Sul-Americana, o treinador não conseguiu repetir as atuações no Brasileirão. Mancini teve 19,6% de aproveitamento na competição, com duas vitórias, três empates e doze derrotas.

A troca foi considerada tardia, em função das atuações do time, e a reação no Campeonato não ocorreu. A defesa, que tende a terminar como a pior do Brasileirão, já era a pior quando o ex-técnico saiu.

Foco em outras competições

O América teve uma boa campanha na maior parte da competições disputadas, menos o Brasileirão. Começou o ano como finalista do Campeonato Mineiro, sendo derrotado pelo Atlético-MG. Na Copa do Brasil, começou logo na primeira fase e chegou até as quartas de final da competição, onde foi eliminado pelo Corinthians.

A Sul-Americana foi onde o América teve, provavelmente, as melhores atuações na temporada. Após muita luta, a equipe se classificou para os playoffs, jogo contra um eliminado da Libertadores, para definir uma vaga nas oitavas de final da Sul-Americana. O Coelho chegou até as quartas de final, onde foi eliminado pelo finalista, o Fortaleza.

Fonte: ge

Foto: Mourão Panda