O pré-candidato ao Senado Carlos Eduardo Alves (PDT), que na semana passada concedeu uma entrevista exclusiva bombástica ao AGORA RN, denunciando todos seus adversários políticos e que, no outro dia, passou a ser alvo de denúncias como o fato de ter, como presidente estadual do PDT, feito o partido alugar o imóvel pertencente à sua esposa e secretária municipal das Mulheres do Natal, Andréa Ramalho Alves, mergulhou e sumiu. Ele permaneceu em silêncio nos últimos cinco dias, preferindo não dar justificativa sobre o caso, mesmo após ter sido procurado pela reportagem.

Sem cumprir agenda política nestes dias, o que levantou suspeitas de observadores da cena política, que acreditam que ele mergulhou justamente para evitar falar sobre o assunto. No entanto, reapareceu nesta terça-feira 17, em uma publicação no Instagram, sorridente, mas continua sem esclarecer o episódio do aluguel do imóvel de sua esposa pelo partido.

“Não vou entrar nessa polêmica não. Não quero falar sobre isso não. Você diz uma coisa e vem outra, é melhor procurar na prestação de contas. Pode deixar, outra vez a gente fala mais”, afirmou Carlos Eduardo, ao ser procurado pela reportagem do AGORA RN nesta terça-feira 17.

O imóvel foi alugado em janeiro de 2016 por R$ 1 mil por mês. Cinco meses depois, foi reajustado para R$ 2,5 mil, o que causou estranheza devido ao alto crescimento do preço cobrado, cerca de 150% em relação ao valor inicialmente firmado no contrato. O caso chamou a atenção do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), que emitiu parecer apontando que o pagamento violava os princípios da moralidade e da probidade. O imóvel fica localizado na Rua Capitão Abdon Nunes, 832, no bairro do Tirol, Natal-RN.

O aluguel do imóvel, em si, não foi apontado como uma irregularidade, mas o fato contribuiu para a Justiça Eleitoral desaprovar as contas do partido referentes ao ano de 2017. A Procuradoria Geral Eleitoral (PGE) quer saber se houve alguma irregularidade nos reajustes firmados, sobretudo pelo “fato de a proprietária do imóvel ser a esposa do presidente do partido e que o contrato inicialmente firmado em 06 de janeiro de 2016 tenha sofrido um reajuste considerável em menos de cinco meses de vigência, considerando que o Termo Aditivo foi assinado em 01 de junho de 2016”.

Justificativa do PDT

Nos autos, o PDT do Rio Grande do Norte afirmou que o contrato de locação questionado foi firmado e, posteriormente, reajustado em 2016. Naquele ano, as contas do partido foram aprovadas. No entanto, o partido manifesta estranheza pelo assunto ter aparecido no ano seguinte (2017) como argumento para reprovação das contas da legenda por outro motivo.

Além disso, a legenda afirma que o contrato de aluguel foi aprovado por toda a direção do partido, através de reunião registrada em ata.

Fonte: AgoraRN

Foto: José Aldenir