O candidato do PDT ao Senado, Carlos Eduardo Alves, declarou nesta terça-feira 27, em entrevista ao AGORA RN, que vai votar em Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, para presidente da República. Filiado ao mesmo partido do presidenciável Ciro Gomes, o ex-prefeito de Natal avalia que a candidatura do seu correligionário “não vingou” e que, por isso, é preciso aderir à tese do “voto útil” para que Lula seja eleito no primeiro turno, derrotando o presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A eleição polarizou. Estamos constatando, com muita clareza, que é Lula ou é Bolsonaro. As candidaturas de Ciro Gomes e Simone Tebet não vingaram. Elas não tiveram apoio nem apelo popular no Brasil. O que realmente estamos vendo é que ou o Brasil continua com o atraso, que é Bolsonaro, ou o Brasil muda essa situação. E quem muda essa situação, por todas as pesquisas, e porque temos que terminar essa eleição no primeiro turno, é o candidato Luiz Inácio Lula da Silva”, declarou.

Segundo Carlos Eduardo, o voto em Lula já no primeiro turno é a única saída para “eliminar” o governo Bolsonaro. “O voto útil para o presidente Lula é o voto correto. É o voto que precisamos para que, efetivamente, possamos eliminar esse Governo Federal, que piorou tanto o Brasil”, destacou o candidato do PDT.

Carlos Eduardo vinha evitando fazer essa declaração pública de apoio a Lula. Mesmo com o ex-presidente pedindo voto para ele, Carlos Eduardo mantinha dubiedade sobre sua posição, com receio de ser punido pelo PDT por infidelidade partidária. No âmbito local, contudo, o candidato está na mesma chapa do PT e apoia a reeleição da governadora Fátima Bezerra.

Agora, o candidato ao Senado diz seguir os exemplos do cantor e compositor Caetano Veloso, do escritor Nelson Motta e do músico Tico Santa Cruz – que são eleitores tradicionais de Ciro, mas que nesta eleição vão votar em Lula.

“Todos eles já escreveram, deram entrevista e disseram que estão mobilizados para que não haja segundo turno, para que a gente eleja, no primeiro turno, Luiz Inácio Lula da Silva. É preciso dar um ponto final a todo esse desgoverno que está aí”, aponta o candidato.

CRÍTICAS A ROGÉRIO

O candidato do PDT fez, ainda, críticas fortes ao adversário Rogério Marinho (PL). Ele afirmou que o Rio Grande do Norte não pode dar vitórias ao PT elegendo Lula presidente e Fátima governadora, mas deixando o candidato bolsonarista vencer para o Senado.

“Votar em Lula, votar em Fátima e eleger o senador bolsonarista é dar com uma mão e tirar com a outra. Um estado governado pela esquerda (não pode) permitir que aqui saia o ovo da serpente. A vitória bolsonarista para o Senado representaria uma oposição certa ao governo Fátima Bezerra e uma oposição certa ao governo Lula”, acrescentou.

“Eu acredito que o Rio Grande do Norte, à medida que está chegando o dia da eleição, está entendendo que precisamos derrotar o bolsonarismo”, afirmou Carlos Eduardo, classificando, ainda, como um “fenômeno” a popularidade de Lula no interior do Rio Grande do Norte.

Carlos Eduardo citou também o escândalo do orçamento secreto. Segundo ele, Rogério Marinho é um dos “autores intelectuais” do esquema e comandou a distribuição de verbas, com motivação eleitoral. Para Carlos, o adversário “usou e abusou” de recursos públicos para comprar votos. Ele disse, porém, que o movimento não será suficiente para conquistar a maioria do eleitorado.

“Candidatura de Rafael Motta é linha auxiliar de Rogério Marinho”

Durante a entrevista, Carlos Eduardo também disparou críticas a Rafael Motta (PSB). Para o ex-prefeito de Natal, Rafael Motta é uma “linha auxiliar” do bolsonarismo no Rio Grande do Norte.
“A candidatura hoje de Rafael Motta é simplesmente uma linha auxiliar, uma sublegenda do senhor Rogério Marinho. Quem quiser votar em Rafael vota logo no Rogério, não precisa de intermediário. Chegamos na reta final da campanha e estamos mostrando que temos condição de derrotar o bolsonarismo, em sua maior expressão nacional. Seria muito triste (eleger Rogério Marinho). Não merecemos nem vamos ter isso”, pontua Carlos.

O candidato do PDT complementa: “É preciso advertir o Rio Grande do Norte. Votar em Rafael é votar em Rogério Marinho. Não vote intermediário. Vota logo no Rogério. Temos que derrotar tudo isso para que o Rio Grande do Norte apareça para o Brasil com uma vitória maiúscula do nosso presidente”.

Ainda segundo Carlos, seu adversário Rafael Motta não tem legitimidade para criticá-lo por ter apoiado Bolsonaro em 2018. Carlos cita que, em 2016, Rafael Motta votou a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). “Rafael, com suas palavras, expulsou a esquerda do poder, o PT do poder”, finalizou.

Fonte: AgoraRN

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