As negociações entre o senador Styvenson Valentim e o União Brasil esfriaram. No fim de abril, Styvenson e o ex-senador José Agripino Maia, líder do partido no Rio Grande do Norte, conversaram em Brasília. De lá para cá, no entanto, não houve mais contato e a filiação do senador não foi mais selada.

Eleito pela Rede Sustentabilidade e atualmente filiado ao Podemos, Styvenson procura um partido que dê a ele condições de disputar o Governo do Estado em 2026 “de igual para igual” com outros candidatos. Por igualdade, leia-se um fundo eleitoral portentoso, tempo de rádio e TV e capilaridade no interior. É a nova versão de Styvenson, já tratada pela coluna.

Com o esfriamento da conversa com o União Brasil, Styvenson intensificou diálogo com outras legendas. Ele recebeu convites de várias siglas, entre elas o PSDB, na figura dos senadores Izalci Lucas (DF) e Plínio Valério (AM); o Republicanos, através do senador Mecias de Jesus (RR); e o PL, com o senador Magno Malta (ES). Todos cortejando Styvenson, que agora é secretário na Mesa Diretora do Senado.

Mas foi com o PP que as conversas avançaram nos últimos dias. Styvenson recebeu convite para desembarcar na sigla diretamente do presidente nacional, o senador Ciro Nogueira (PI), que foi ministro da Casa Civil na gestão de Jair Bolsonaro. Styvenson gostou da proposta, mas, antes de selar a filiação, pediu que a possível entrada na legenda fosse dialogada com quem hoje está no comando do partido no Estado.

Dito e feito. Durante a passagem por Mossoró no fim da semana passada, o senador teve uma conversa com o ex-deputado federal Beto Rosado, líder do PP no Rio Grande do Norte. No momento, tudo caminha para que Styvenson realmente vire “progressista”.

Apoiadores de Styvenson que gostavam do passado radical do senador alertaram que Ciro Nogueira é a expressão do Centrão e do que Styvenson entendia como “velha política”. Mas, agora ele pensa diferente e não vê problema em conversar com as lideranças. Além de avaliar entrar no PP, costura também uma rede de apoio de prefeitos, que têm feito uma peregrinação ao gabinete do senador em busca de recursos de emenda parlamentar.

Outra opção do senador seria o PL, mas a opção já está descartada. Além de ter a cara do bolsonarismo, corrente com a qual Styvenson não quer ser vinculado, o partido terá à frente, a partir das próximas semanas, o senador Rogério Marinho – que também tem a pretensão de disputar o Governo do Estado em 2026. Logo, só há espaço para um.

DISPUTA FAMILIAR

A vereadora Margarete Régia (Pros) tomou gosto pela cadeira na Câmara de Natal e agora resiste à ideia de abrir mão da vaga para que o ex- -deputado Albert Dickson, irmão dela, concorra ao cargo em nome do grupo político da família. Com a não reeleição de Albert na Assembleia Legislativa no ano passado, o combinado era que ele disputasse uma vaga de vereador com apoio da irmã, mas a negociação não está fácil.

FÁTIMA AQUI…

A governadora Fátima Bezerra (PT) foi reeleita no 1º turno com a promessa de que, com Lula (PT) presidente, o Rio Grande do Norte teria o Governo Federal como parceiro. Nos primeiros cinco meses de gestão, a governadora não tem do que reclamar. Antes mesmo do fim do primeiro semestre, nada menos que oito ministros do Governo Lula já visitaram o Estado.

… LULA LÁ

Dos 37 ministros, já estiveram no RN em 2023, nesta ordem: Márcio França (Portos e Aeroportos), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Flávio Dino (Justiça), Cida Gonçalves (Mulheres), Jader Filho (Cidades), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social).

TERCEIRIZAÇÃO

A reclamação é grande na OAB-RN. Advogados se queixam que quem comanda a entidade, na verdade, é um filho do presidente Aldo Medeiros.

PROFESSORES

O projeto de lei que regulamenta o reajuste salarial para os professores da rede estadual deverá ir à votação na próxima terça-feira 6 na Assembleia Legislativa. O Governo Fátima Bezerra prepara uma folha suplementar para pagar ainda em junho a primeira parcela do aumento, conforme combinado com a categoria durante a greve. A promessa era pagar na última quarta-feira 31, mas o Estado não quitou porque o projeto emperrou na Assembleia Legislativa.

PÉ ATRÁS

Pelo menos dois vereadores estudam não disputar a reeleição em 2024 em Natal. Um deles é Felipe Alves (União Brasil). O outro é o próprio presidente da Casa, Eriko Jácome (MDB), que vê dificuldades para o pleito já que não tem o mesmo número de cargos aliados de outrora. Nas eleições passadas, Eriko tinha cargos no próprio gabinete e com o tio Antônio Jácome e o primo Jacó Jácome, mas os dois perderam os respectivos mandatos. Além disso, quando assumiu a presidência da Câmara, Eriko teve de manter cargos de Paulinho Freire (União Brasil), que renunciou ao cargo para assumir mandato de deputado federal. Se já era difícil antes, avalie agora.

SURPRESA

A pesquisa Exatus/Agora RN divulgada na edição de ontem trouxe um dado comemorado pelo petismo no Estado. De acordo com o levantamento, em Parnamirim o presidente Lula (PT) tem 77% de aprovação. Número absolutamente distante do resultado eleitoral. Em 2022, Parnamirim foi a única cidade onde Lula não teve mais votos que Jair Bolsonaro (PL). A cidade, cheia de evangélicos e militares, é considerada um reduto bolsonarista no Estado.

TRANSPORTE

O grupo de trabalho criado pelo prefeito Álvaro Dias (Republicanos) para discutir problemas no transporte segue trabalhando. Nas reuniões, a prefeitura tem cobrado dos empresários de ônibus a renovação da frota. Já os empresários querem segurança jurídica para fazerem os investimentos. A sugestão deles é que a prefeitura faça um contrato emergencial, um acordo judicial com regras de operação e remuneração ou um termo de ajustamento de conduta para garantir que lá na frente a relação não será rompida.

CONTA ALTA

Na ótica dos empresários, o ideal seria a realização da licitação. Mas há um entendimento de que essa solução ainda vai demorar para sair do papel, até porque exigiria um investimento alto por parte da prefeitura. Os cálculos apontam que, para manter o equilíbrio econômico-financeiro, a gestão Álvaro Dias teria que depositar ao menos R$ 4 milhões por mês no sistema.

DESCENTRALIZAÇÃO

O deputado estadual Taveira Júnior (União Brasil) montou um gabinete de apoio em Parnamirim. Funciona todos os dias na Cohabinal, perto de onde despacha o pai dele, o prefeito Rosano Taveira (Republicanos).

XENOFOBIA?

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou ontem que os estados do Sul e do Sudeste são diferentes porque neles há proporção maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial. A fala, ocorrida durante reunião do fórum de governadores das duas regiões, foi criticada. “Respeite o Nordeste! O governador Romeu Zema fez declarações xenofóbicas atacando o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste do Brasil. Frases essas que me recuso a republicar e que só atestam o seu preconceito, despreparo e irresponsabilidade”, escreveu em rede social Humberto Costa (PT), senador de Pernambuco. “O sujeito detesta pobre e ainda exala preconceito. E pior, o faz com autoridade de governador. Um mau exemplo inaceitável”, afirmou o deputado federal Rogério Correia (PT), do mesmo estado de Zema.

Fonte: AgoraRN

Foto: Marcos Oliveira / Senado