A eleição para a presidência do Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira, 9, foi marcada por uma brincadeira do decano da Corte Gilmar Mendes. Após a ‘derrota’ do ministro Alexandre de Moraes na votação para vice da Corte máxima nos próximos dois anos, Gilmar brincou: “Vai colocar esse pessoal no inquérito”

Antes, Alexandre, aos risos, tinha se manifestado após a presidente da Corte, Rosa Weber, anunciar que ele só havia recebido um voto no páreo à vice-presidente do STF. “A votação não foi no TSE”. O ministro é chefe da Corte eleitoral, tendo presidido as eleições passadas.

A eleição e as brincadeiras aconteceram no mesmo dia em que a Polícia Federal abriu, por ordem de Alexandre, uma operação para prender o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques por suposta interferência no pleito do ano passado.

Alexandre de Moraes é relator de uma série de investigações que miram os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o inquérito das fake news, o das milícias digitais e dos atos golpistas de 8 de janeiro.

As eleições para o comando do STF são protocolares, seguindo a regra de antiguidade da Corte. Todos os ministros votam no colega mais antigo do Tribunal que ainda não tenha comandado o colegiado – com exceção do mais votado, que não vota em si, mas indica o próximo da fila, simbolicamente.

A atual presidente do Supremo é a ministra Rosa Weber, que se aposenta em setembro. Seu vice, hoje, é o ministro Luís Roberto Barroso, que foi eleito presidente com dez votos. Para a presidência, Barroso, não votou em si, votou em seu vice, Fachin.

Do mesmo modo, para a vice-presidência, Fachin recebeu dez votos. Ele foi quem deu o voto único ao ministro Alexandre de Moraes como vice. Assim, na próxima eleição, prevista para ocorrer em dois anos, Fachin deve ser eleito presidente, e seu vice seria Alexandre de Moraes.

A posse de Barroso e Fachin está marcada para o dia 28 de setembro.

Fonte: Tribuna do Norte

Foto: Carlos Moura/STF