Imagens que falam sobre intimidade, amor e morte, de forma original e subjetiva. Unindo fotografias e vídeo, a exposição “Não há silêncio” é a primeira individual do artista potiguar Max Pereira, que será aberta no próximo dia 26 (quinta), às 19h, na Galeria Conviv’art da UFRN. A mostra reúne trabalhos feitos por Max ao longo de uma década (2012-2022), reunidos pela primeira vez em uma coleção única. O material também inclui um fotozine, revista com fotos digitais. A curadoria é de Sânzia Pinheiro.


“Não há silêncio” traz 14 fotografias de dimensões variadas, onde o artista explora a escuridão total, revelando cenários a partir de estudos de flash. Já o vídeo “Se acabó lo mejor” foi premiado no 60º Salão de Abril, em Fortaleza, e nunca havia sido exibido no RN. Também inédito é o díptico de mesmo título, composto de imagens ambíguas do crepúsculo. A obra integra atualmente o acervo da Universidade da Amazônia, e foi selecionado através do XIV Salão Unama de Pequenos Formatos.


O fotozine “Fucked by stranger in the dark” mescla relatos íntimos de uma paixão à deriva com fotografias no escuro, captadas a partir dos mesmos estudos de flash. O trabalho foi premiado no XVI Salão de Artes Visuais da Funcarte, em 2014, e também foi um dos finalistas do Prêmio Dente de Ouro, em Brasília, em 2016.

A tiragem original de 500 cópias esgotou, porém, por ocasião da nova exposição, uma edição especial em formato pôster será distribuída aos visitantes. A exposição inclui ainda a obra “Autorretrato entre Tillandsias usneoides”, de dimensão 1,60 x 1,10cm, produzida no mesmo local das outras imagens, e apresentada pela primeira vez ao público.

Troca silenciosa
Max considera que o título da exposição é um paradoxo proposital. “As fotos parecem extremamente silenciosas até o momento em que você olha pra elas, e que elas de certa forma lhe envolvem, porque aí provavelmente existe alguma coisa que elas estão dizendo, e existe algo que se compartilha nessa experiência da exposição. É por isso que ‘não há silêncio’, porque tudo está dizendo alguma coisa”, explica.


Há na mostra, segundo Max, um elemento marcante sobre a passagem do tempo, do qual se passa por todos os processos da vida. Algumas obras que falam sobre a transitoriedade, sobre o fim, e o recomeço das coisas. Há também um elemento erótico em alguns pontos. “É muito aberto o caminho que o espectador vai fazer sobre a exposição”, diz.


O autor também destaca a experiência de poder estar numa mostra de imagens fotográficas impressas em alta qualidade, e dá ao visitante a possibilidade de uma interação real, não virtual. “É ir além da foto curtida, do like na tela do celular. Você não precisa acessar nenhuma mídia social para interagir. É você e a obra, é uma relação mais direta”, ressalta.


Potiguar de Jucurutu, Max Pereira começou sua trajetória artística em Natal, no final da década de 90. Mas somente a partir de 2008 sua produção ganhou um ritmo mais sistemático. Foi quando começou a ganhar destaque com prêmios e participações em importantes mostras de arte pelo Brasil.


Participou de relevantes mostras nacionais como o Salão de Abril, em Fortaleza (CE), Salão Unama de Pequenos Formatos, em Belém (PA), Salão de Artes Visuais da Cidade do Natal (RN), além de exposições coletivas. Realizou, em 2019, a intervenção “Dejá Vù, Jucurutu”, na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo (SP). Participou também das principais feiras de publicação independente do país, como a Pão de Forma, Miolos e Plana.

Serviço:
Mostra “Não há silêncio”, de Max Pereira. Abertura quinta (26), às 19h, na Galeria Conviv’art, UFRN. Aberta até 23/11.

Fonte: Tribuna do Norte

Foto: Max Pereira