A EXTREMA DIREITA segue avançando no mundo. Nesta semana, um palhaço extremista que minimiza os horrores da ditadura militar e promete aniquilar o estado saiu vencedor das eleições na Argentina. Na Holanda, um populista racista e xenófobo que ataca abertamente os islâmicos chamando Maomé de “estuprador” e o islamismo de “abrigo de estupradores” também foi eleito.

No ano passado, a extrema direita não foi reeleita no Brasil por muito pouco, mas elegeu uma enorme base parlamentar e se consolidou como uma das principais forças políticas do país. Na Itália, Giorgia Meloni, herdeira política de Mussolini, tornou-se primeira-ministra. Na Alemanha, a AFD, grupo político herdeiro do nazifascismo de Hitler, cresce a cada eleição e hoje representa a segunda principal força política do país. Nos EUA, Donald Trump não se reelegeu, mas já aparece como forte favorito para o pleito do ano que vem.

Em todos esses países, a fórmula eleitoral utilizada pela extrema direita é sempre a mesma: lideranças populistas se aproveitam de crises políticas e econômicas dos seus países para apresentar um discurso antissistema e oferecer soluções mágicas calcadas em pautas morais específicas de cada país. Quase sempre temos à frente das candidaturas extremistas um sujeito falastrão, inconsequente, que mobiliza o ódio do eleitorado apelando para as questões morais. A direita tradicional está sendo engolida pelos extremistas no mundo inteiro.

O radicalismo que até pouco tempo atrás era algo restrito, sem força e até motivo de chacota — vide a trajetória do deputado Jair Bolsonaro —, agora se consolida como uma vertente política importante.

A rebeldia histriônica desses líderes extremistas tem seduzido o eleitorado jovem, que não se sente representado pelos partidos tradicionais e tende a abraçar iconoclastas da pior espécie. O populismo autoritário soube cooptar essa faixa da população se aproveitando da sua decepção com a democracia e com o medo proveniente de uma série de crises globais (econômica, política, climática, sanitária).

Fonte: Blog do Silvério Filho