casal de influencers do ‘Jogo do Tigrinho’, Skarlete Melo e Erick Costa, presos na última sexta-feira (15), também estariam envolvidos com tráfico de drogas, vendas de armas para facção criminosa e até homicídios.

A informação é da Polícia Civil do Maranhão, que inicialmente apura os crimes de lavagem de dinheiro e contravenção penal por meio da divulgação do Fortune Tiger (ou Jogo do Tigre), no qual Skarlete é alvo desde setembro deste ano, quando foram apreendidos veículos de luxo e cerca de R$ 8 milhões foram bloqueados.

“A operação iniciou, a princípio, com a contravenção, com o jogo de azar, bem como associação criminosa e a lavagem de dinheiro. A investigação está evoluindo e agora na segunda fase, já temos elementos probatórios de que indivíduos pertencentes a esse grupo, liderado pela influenciadora, têm relação com o tráfico de drogas e a venda de armas. Isso tudo através de uma facção com atuação no estado do Maranhão, principalmente em São Luís, que teria ligação com os liderados da influencer”, afirmou Jair Paiva, delegado-geral da Polícia Civil no MA, em entrevista ao JM1.

O delegado diz ainda que o grupo criminoso também tem ligação com homicídios, mas que ainda não podem ser informados com detalhes. No entanto, somente Erick Costa, de 23 anos, já tem em seu histórico policial nos últimos anos, registros de crimes como porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas.

Na Justiça há ainda o registro, contra Erick Costa, de um assalto a mão armada e um homicídio, ocorrido no Bairro de Fátima, no dia 23 de janeiro de 2020, em que Erick teria sido o autor. Por esse crime, ele foi condenado a seis anos de prisão, mas recebeu o direito de recorrer em liberdade.

casal foi preso em Fortaleza, em um hotel de luxo, quando estavam prestes a realizar uma festa para o de uma nova plataforma de jogos de azar (veja no vídeo acima). Erick já tinha um mandado de prisão preventiva, enquanto Skarlete foi presa em flagrante por apresentar um documento falso.

Erick segue preso em uma unidade prisional do Ceará, já Skarlete Melo foi liberada para usar tornozeleira eletrônica. A Justiça decidiu que a influenciadora digital será monitorada em casa, pois comprovou ter dois filhos menores de 12 anos.

Além do casal, foram presos, em São Luís, Robson Bruno Pereira de Oliveira e Aretiano da Silva, que estariam fazendo parte do grupo criminoso comandado por Skarlete e Erick.

Uma das pessoas presas na operação que deteve o casal de influenciadores Skarlete Mello e Erick Costa, usava distintivos da polícia e se passava por perito, policial e segurança da influenciadora digital. Os distintivos apreendidos deverão passar por perícia.

Conforme a Polícia Civil, o suspeito, que foi reconhecido como Aretiano da Silva, tinha acesso ilegal a bancos de dados públicos para localizar membros de organizações rivais e que eram responsáveis por homicídios no Maranhão.

Além dos jogos ilegais, as pessoas presas nesta fase da operação são investigadas por crimes de homicídio, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Chefe de organização de criminosa

Segundo o delegado Guilherme Campelo, há indícios da ligação de dois presos na operação, nessa sexta-feira, com o casal de influenciadores. Mensagens de texto e áudio foram anexadas no processo e demonstram que o grupo tinha uma relação próxima.

“Ela (Skarlete) e o companheiro (Erick), como se alcançou até agora em indícios nas investigações, tem ligação direta com outros sujeitos que estão sendo alvos no momento. Conversas, áudios, mensagens, elementos de provas que comprovam que eles se conhecem, que além de dialogarem, convivem entre si, e eles tem uma união bem forte para organização criminosa”, explicou o delegado.

Outros dois mandados de prisão ainda devem ser cumpridos pela Polícia Civil. Para os investigadores, mesmo que Skarlete não viva mais no Maranhão, os crimes acabam se caracterizando como praticados localmente, já que parte dos seguidores influenciados por ela, vivem no estado.

“Se são influenciadores locais, boa parte da base de seguidores locais, se encontram neste local, no Maranhão. O cometimento do crime acontecendo em qualquer outro local e produzindo seus efeitos em outros locais, ele acaba sujeitando a pessoa a praticar neste local. Efetivamente a investigação já acontecia aqui, importando ela estar ou não fora”, disse o delegado Augusto Barros, superintendente da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC).

Outros dois mandados de prisão ainda devem ser cumpridos pela Polícia Civil. Para os investigadores, mesmo que Skarlete não viva mais no Maranhão, os crimes acabam se caracterizando como praticados localmente, já que parte dos seguidores influenciados por ela, vivem no estado.

“Se são influenciadores locais, boa parte da base de seguidores locais, se encontram neste local, no Maranhão. O cometimento do crime acontecendo em qualquer outro local e produzindo seus efeitos em outros locais, ele acaba sujeitando a pessoa a praticar neste local. Efetivamente a investigação já acontecia aqui, importando ela estar ou não fora”, disse o delegado Augusto Barros, superintendente da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC).

Em outro local, em Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, policiais estiveram uma residência de luxo do casal e apreenderam um veículo Porsche avaliado em R$ 400 mil.

A operação também contou com o apoio de Superintendência Estadual de Repressão ao Narcotráfico (SENARC), Superintendência de Polícia Civil da Capital (SPCC) e do MJSP, através do Projeto IMPULSE, que está inserido no Programa de Enfrentamento a Organizações Criminosas (Enfoc).

Procurados pelo g1, o casal não se manifestou até a última atualização desta reportagem.

Início da Investigações

As investigações envolvendo a influenciadora digital Skarlete Mello tiveram início em setembro deste ano, quando a Polícia Civil do Maranhão realizou uma operação contra a divulgação de jogos de azar, além de crimes relacionados, como organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A operação, intitulada de “Quebrando a Banca”, foi liderada pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), por meio do Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO).

O que é o Fortune Tiger

Fortune Tiger é um jogo de cassino online do tipo caça níquel, que promete ganhos em dinheiro. Porém, como a maioria dos jogos de azar, as pessoas tendem a perder dinheiro na plataforma. Por ser um cassino, por si só, é considerado ilegal no Brasil.

Além disso, segundo a polícia, o sistema do Fortune Tiger é hospedado fora do país e não possui registro ou representantes no Brasil.

No Brasil, o chamado Jogo do Tigre ficou famoso principalmente devido à extensa campanha que incluiu muitos influenciadores digitais e jogadores que compartilham suas táticas para se dar bem.

Congresso discute a regulamentação de apostas

Em Brasília, o Senado aprovou no dia 12 de dezembro, o projeto que regulamenta e tributa o mercado de apostas esportivas, as “bets”. No entanto, deixou de fora os jogos definidos como competições “cujo resultado é desconhecido no momento da aposta”. Isso fez com que jogos de azar saíssem do texto.

Desta forma, o projeto vai valer somente para apostas de “eventos reais” em que é definido, no momento da jogada, quanto o apostador pode ganhar se acertar o palpite. As bets, apesar de legais no país, ainda não são tributadas pelo governo.

A proposta, que foi alterada pelos senadores, retornará à Câmara para nova rodada de votação.

Fonte: G1

Foto: Arquivo pessoal