A indicação de Ricardo Lewandowski como o próximo ministro da Justiça, substituindo Flávio Dino, foi comunicada aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Palácio do Planalto e já desencadeou uma discussão sobre o segundo escalão da pasta, revela reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

“Apesar de a questão partidária não ser o principal parâmetro na montagem do ministério, a consequência direta da nomeação de Lewandowski é a perda de espaço do PSB na Justiça, enquanto postos ligados ao PT devem ser preservados. Segundo aliados de Lewandowski, é certo que ele fará questão de montar sua própria equipe e indicar postos-chave do ministério, como a secretaria-executiva e a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública)”, revela reportagem de Catia Seabra e Marianna Holanda.

Saiba mais – O anúncio oficial ainda não ocorreu devido ao pedido de Lewandowski por um período adicional para finalizar a escolha de sua equipe. A discussão entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Lewandowski, realizada na segunda-feira no Palácio da Alvorada, refletiu a concordância entre ambos em manter a segurança pública sob a alçada da Justiça, rejeitando a divisão do ministério, segundo informa a jornalista Vera Rosa, no Estado de S. Paulo.

Além disso, a permanência do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, foi confirmada, com previsão de conclusão das investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes até março. O impasse para o anúncio de Lewandowski está relacionado ao pedido de Flávio Dino para manter o secretário-executivo Ricardo Cappelli na equipe. O futuro de Cappelli, que desempenhou papel crucial na segurança pública do Distrito Federal após os eventos de janeiro, ainda não está decidido, tornando-se um ponto de discussão importante. O presidente do PSB, Carlos Siqueira, defende a continuidade de membros do partido no Ministério da Justiça, destacando a importância da manutenção da equipe para preservar os progressos alcançados.

Fonte: Blog do Silvério Filho