Total de mortes por dengue em 2022 já é maior do que o registrado nos últimos seis anos. Até a primeira semana de dezembro, 978 óbitos foram confirmados e mais de 1,4 milhão de casos registrados.

O Brasil registrou 978 mortes por dengue em 2022. O total acumulado neste ano até 5 de dezembro já supera o verificado em cada um dos últimos seis anos. O número é um alerta para uma nova epidemia da doença, que vem atingindo todas as regiões e deve se manter nos primeiros meses de 2023.

– Além das 978 mortes por dengue confirmadas, outras 98 estão em investigação, segundo o boletim epidemiológico mais recente do Ministério da Saúde;

– Número tão alto assim só foi registrado em 2015, quando 986 pessoas morreram de dengue no Brasil;

– Até o momento, o número de mortes aumentou 400% em 2022 em relação ao total de 2021;

– Os casos de dengue saltaram 172,4% no comparativo entre o mesmo período de 2021 e 2022.

Se confirmadas as projeções, 2022 pode terminar como o ano mais mortal para a dengue no Brasil: o número de mortes pode ultrapassar 1 mil, algo nunca visto desde a década de 1980, quando a doença ‘ressurgiu’ no país e começou a ser mais frequente, com ciclos de maior e menor intensidade.

De acordo com o médico, nos últimos anos, as maiores epidemias de dengue no Brasil aconteceram em 2015, 2016 e 2019, além de 2022, que já garantiu o lugar nessa lista antes mesmo de terminar.

Antes vista com mais força em regiões quentes e úmidas, desta vez a dengue decidiu se concentrar também em áreas que antes registravam pouca ou nenhuma incidência de infecções pelo vírus, que é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti.

“Em Santa Catarina, por exemplo. Joinville e Blumenau, que nunca tiveram dengue, neste ano estão tendo uma grande epidemia desde o primeiro semestre”, afirma o médico infectologista.

Joinville, localizada no norte catarinense, é a quarta cidade do Brasil com maior número de casos de dengue neste ano. Confira a lista dos 10 municípios com mais casos prováveis de dengue (até 5 de dezembro):

– Brasília (DF): 67.274 casos;

– Goiânia (GO): 53.796;

– Aparecida de Goiânia (GO): 25.138;

– Joinville (SC): 21.406;

– Araraquara (SP): 21.017;

– São José do Rio Preto (SP): 19.927;

– Fortaleza (CE): 19.037;

– Anápolis (GO); 17.144;

– Natal (RN): 15.403;

– Teresina (PI): 15.033.

O que está por trás da epidemia de 2022

Períodos chuvosos, principalmente no verão, aliados à diminuição da percepção de risco para a dengue, são apontados como os principais motivos que levaram à alta nos casos e mortes nesse ano.

O infectologista Alexandre Naime Barbosa também cita a falta de políticas públicas para orientar e incentivar à população a combater a dengue.

“Para você controlar a dengue, você precisa controlar o vetor. Para controlar o vetor, você precisa da colaboração da população e de ações públicas. As ações nos municípios foram bastante diminuídas por conta da pandemia, como os ‘fumacê’ e as visitas dos agentes de saúde e de endemias”, diz Barbosa.

Fonte: g1

Foto: Divulgação/Fiocruz/Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre