A governadora Fátima Bezerra (PT) pode acabar pagando um preço caro por terceirizar, muitas vezes, a condução do seu próprio governo. A manutenção da estratégia de permanecer sempre na “zona de conforto” pode atrair para Fátima a sensação de que ela está sempre fugindo do embate, o que não é bom e demonstra fraqueza.

Em vários momentos ao longo dos últimos três anos, a governadora preferiu se proteger e se resguardar a ir para o confronto e resolver os problemas. Em vez de ela própria encarar, escala um exército para agir toda vez que sofre ataques. E lá vão figuras como secretários de governo e parlamentares fazerem o papel que deveria ser da governadora.

Durante a pandemia, o argumento usado para se “esconder” foi o de que ela é uma senhora e, portanto, estava no grupo de risco. Aceitável. Mas, passado o auge da crise, fica cada vez mais claro que trata-se de uma estratégia da governadora. Tanto é que o mesmo aconteceu com greves, manifestações e paralisações de servidores. A governadora só aparece (em vídeo pronto nas redes sociais) para dar a boa notícia. Na hora de negociar, põe a tropa de choque na frente.

E começa a ser assim também na eleição. A governadora não responde às críticas e sequer defende o próprio governo. Se recusa a dar entrevistas e ocupar os espaços para falar sobre sua administração e as alianças que pretende apresentar ao eleitor em 2022. Escala um time para falar por ela, num típico movimento que pode acabar sendo interpretado como um medo do constrangimento.

O pré-candidato Fábio Dantas, adversário da governadora, iniciou sua pré-campanha para um debate público, sem o envio de emissários. Quer antecipar a discussão sobre os assuntos do Estado. Até que nesse ponto Fábio não deixa de ter razão.

Nova tentativa
O ex-senador José Agripino Maia (União Brasil) ainda vai sentar para conversar com o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB), sobre o cenário eleitoral, mas não tem mais expectativa de que o tucano seja candidato a governador. A conversa servirá mais para um alinhamento de estratégia.

Meta
O União Brasil caminha para uma posição de neutralidade na eleição majoritária. O foco número 1 do partido é eleger uma forte bancada de deputados estaduais e federais.

O peso dos prefeitos
Por falar em Ezequiel, uma informação foi relevante para ele ter recuado da ideia de ser candidato pela oposição. Pesquisas mostraram que alguns prefeitos, mesmo alguns com avaliação razoável, não têm esse potencial todo de transferência de votos. O achado vai de encontro à tese dos bolsonaristas de que, como houve destinação de recursos extraordinários pelo Governo Federal, prefeitos estão com o “bolso cheio” e, portanto, bem na fita. Não é bem assim.

Sem resposta
O pré-candidato a senador Rogério Marinho (PL) marcou presença no lançamento do livro do prefeito Álvaro Dias (PSDB). Preferiu não dar o troco no prefeito, que levou falta no evento de lançamento da pré-candidatura de Fábio Dantas (Solidariedade) ao governo do Estado.

Eleitores jovens I
Após identificar o menor nível de participação de adolescentes no processo eleitoral das últimas três décadas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa a registrar um aumento no número de jovens interessados em votar no pleito deste ano.

Eleitores jovens II
Segundo dados da Justiça Eleitoral, o número de alistamentos eleitorais realizados nos três primeiros meses de 2022 cresceu em relação às duas últimas eleições gerais no país. De janeiro e março, o Brasil ganhou 1.144.481 novos eleitores na faixa etária de 15 a 18 anos. Já nos pleitos de 2018 e 2014, foram emitidos 877.082 e 854.838 novos títulos, respectivamente.

Parnamirim
Não passam de boatos as informações de que a vice-prefeita Kátia Pires (União Brasil) teria rompido com o prefeito Taveira (sem partido), em Parnamirim. Os dois seguem aliados.

Erros não podem ser repetidos
Rogério Marinho resolveu tomar partido após o STF condenar o deputado Daniel Silveira por estimular atos de violência contra instituições democráticas. Escreveu no Twitter que, apesar de discordar da postura do deputado, a “história ensina que não podem ser repetidos”, “sob pena de aprofundamento de crises”.

Fonte: AgoraRN

Foto: José Aldenir